As emissões de títulos realizadas pelo Tesouro em 2024 renderam R$ 1,355 trilhão, com média semanal dos leilões de R$ 26,6 bilhões, informa a Warren Investimentos, em relatório divulgado a clientes nesta quinta-feira (2). O valor ficou abaixo da necessidade de financiamento para o ano prevista no Plano Anual de Financiamento (PAF), de R$ 1,427 trilhão, equivalente a uma média semanal de R$ 28,8 bilhões. “Assim, o colchão de liquidez no final do ano deve ter ficado em torno de R$ 900 bilhões, inferior aos R$ 982 bilhões do fechamento de 2023”, afirma o estrategista-chefe, Sérgio Goldenstein.
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As emissões de 2024, porém, ficaram acima das de 2023, R$ 1,303 trilhão, e 2022 (R$ 1,001 trilhão).
No ano passado, as emissões de prefixados alcançaram R$ 309 bilhões, com participação relativa de 23% nas emissões totais, contra 41% em 2023 e 36% em 2022. A participação relativa das Letras Financeiras do Tesouro (LFT) nas emissões totais no ano foi de 65%, bem acima dos 39% de 2023 e 40% de 2022. “O volume médio em 2024 situou-se em R$ 17,3 bilhões, contra R$ 9,9 bilhões em 2023”, afirma Goldenstein.
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Nas Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B), o volume chegou a R$ 165 bilhões, com participação relativa de 12%, bem abaixo dos 20% em 2023 e 24% em 2022. “Além das colocações de NTN-B terem sido prejudicadas pelas condições adversas do mercado, houve forte concorrência advinda do crescimento relevante das emissões de debêntures indexadas ao IPCA”, explica Goldenstein.
Dezembro
Em dezembro, o volume total colocado foi de R$ 43,4 bilhões, o menor do ano. “A dinâmica negativa no mercado de juros se acentuou, observando-se um forte deslocamento para cima da curva”, relata o estrategista, ressaltando que a taxa do DI janeiro de 2027, por exemplo, subiu 189 pontos-base.
O movimento é atribuído ao pessimismo crescente do mercado com relação ao cenário fiscal do país, levando a um aumento do prêmio de risco, e da reprecificação da trajetória esperada para a taxa Selic, com a consolidação da percepção de um ciclo de aperto monetário mais célere e de maior magnitude.
Adicionalmente, a pressão altista sobre a curva de juros foi ainda amplificada por movimentos de stop loss. “Nesse ambiente, como foi a tônica ao longo do ano, o Tesouro realizou ofertas comedidas de títulos prefixados e de NTN-B. A opção foi por priorizar o alongamento da dívida pública, mediante emissões de LFT de prazo mais longo, em detrimento de sua composição”, detalha.
A Warren destaca que no mês passado foram também realizados leilões extraordinários de recompra, que totalizaram R$ 9,5 bilhões, numa tentativa de mitigar a volatilidade do mercado.
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