(Reuters) – Sete associações do agronegócio do Brasil, incluindo Abag e Abiove, manifestaram nesta segunda-feira (30) preocupação com os “atuais desafios à harmonia político-institucional” local, afirmando em manifesto que as tensões estão custando caro ao país e levarão tempo para ser revertidas.
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As entidades disseram que o Brasil não pode se apresentar à comunidade global como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou sob risco de retrocessos e rupturas institucionais, e defenderam o Estado de Direito estabelecido pela Constituição de 1988.
“O desenvolvimento econômico e social do Brasil, para ser efetivo e sustentável, requer paz e tranquilidade, condições indispensáveis para seguir avançando na caminhada civilizatória”, afirmaram as associações, reiterando apoio à alternância de poder em eleições legítimas e frequentes.
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A posição expressa no documento, assinado também por Abrapalma, Sindiveg, CropLife, Abisolo e Ibá, além da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), diferencia-se do apoio dado por outras entidades do agronegócio, como a Aprosoja, a bandeiras de Jair Bolsonaro.
O presidente tem atacado o sistema eleitoral brasileiro, defendendo a adoção do voto impresso, e mantido tensões com o Poder Judiciário, após pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) –o que foi rechaçado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Outro alvo constante de Bolsonaro é o ministro do STF Luís Roberto Barroso, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Falando em ruptura e em decisões fora das “quatro linhas (da Constituição)”, Bolsonaro também já ameaçou pedir o impeachment de Barroso.
“As amplas cadeias produtivas e setores econômicos que representamos precisam de estabilidade, de segurança jurídica, de harmonia, enfim, para poder trabalhar… É o Estado Democrático de Direito que nos assegura essa liberdade empreendedora”, disseram as associações do agronegócio.
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“O Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo. Isso está nos custando caro e levará tempo para reverter”, acrescentaram.
O manifesto das associações ocorre após uma polêmica envolvendo Febraban e Fiesp, que vinham costurando uma carta em defesa da democracia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda que a Fiesp teria se recusado a publicar o manifesto com críticas ao governo.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) negou ter participado da elaboração de texto com ataques ao governo.