Embraer (EMBR3), a produtora de jatos brasileira (Foto: divulgação/ Embraer)
A Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), reportou um prejuízo líquido de US$ 64,7 milhões no segundo trimestre de 2025, ampliando em 77,75% a cifra também negativa registrada um ano antes. O aumento do prejuízo foi impulsionado principalmente por maiores despesas com pesquisa e desenvolvimento (P&D), em meio ao avanço do eVTOL (aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical) e seu ecossistema.
Em seu comunicado de resultados, a empresa ressalta que está em estágio pré-receita. Com isso, a companhia não espera receitas significativas durante a fase de desenvolvimento da aeronave. “Os resultados financeiros devem estar relacionados principalmente aos custos associados ao desenvolvimento do programa durante esse período”, explica.
Nesse contexto, as despesas com P&D somaram US$ 45,7 milhões entre abril e junho, em comparação com US$ 36,3 milhões no mesmo período do ano passado, quando os esforços se intensificaram com os avanços no desenvolvimento do eVTOL — incluindo a compra de peças e componentes e a montagem do primeiro protótipo em escala real. Além disso, informa a empresa, o P&D exigiu maior envolvimento de engenharia com a Embraer, atividades adicionais de desenvolvimento do programa e infraestrutura de testes.
As despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) aumentaram para US$ 8,2 milhões no segundo trimestre, contra US$ 5,4 milhões registrados um ano antes. Segundo a empresa, o número de funcionários diretos na Eve aumentou para aproximadamente 180, ante 170 um ano antes. Além disso, explica, os custos relacionados à folha de pagamento refletem o reconhecimento de Unidades de Ações Restritas para os funcionários, e o SG&A também reflete serviços terceirizados mais elevados no trimestre.
“A Eve continua a incorrer em despesas pré-operacionais para nosso primeiro local de produção em Taubaté, no interior de São Paulo. O aumento no SG&A ocorreu apesar da depreciação média de cerca de 6% ano a ano do real em relação ao dólar”, afirma.
O consumo total de caixa da Eve no trimestre foi de US$ 56,9 milhões, em comparação com US$ 31,4 milhões de um ano antes. O caixa, equivalentes de caixa e investimentos financeiros da Eve totalizaram US$ 242,7 milhões no final de junho, e a liquidez total — incluindo linhas de crédito não utilizadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e uma subvenção recentemente concedida de US$ 16,5 milhões — atingiu US$ 375,5 milhões.
“Acreditamos que o financiamento é suficiente para apoiar nossas operações e investimentos no programa até 2026”, diz a Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3).