A incorporadora paulistana Eztec ON (EZTC3) teve queda de 9,4% no lucro líquido no segundo trimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022, para R$ 75,3 milhões. A retração ocorreu em função do recuo das margens com aumento de custos em projetos passados, além do maior volume dos distratos e da perda de receita financeira.
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O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 19% na mesma base de comparação anual, chegando a R$ 58,2 milhões.
A receita líquida ficou estável, em R$ 242,7 milhões. A receita bruta chegou a crescer 12,5%, alcançando R$ 298,3 milhões. No entanto, os distratos triplicaram, alcançando R$ 48,9 milhões.
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Do total de distratos, R$ 27 milhões vêm do residencial de luxo Parque da Cidade, cujas obras atrasaram, motivando as rescisões. Fora esse efeito pontual, não há perspectiva de elevação dos distratos, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores, Emílio Fugazza, em entrevista. “Não esperamos nenhum incremento”, frisou.
O executivo contou que 5 das 14 unidades já foram vendidas. O destaque é que as transações estão sendo feitas pelo dobro do preço do lançamento ocorrido há quatro anos. Os apartamentos foram vendidos em 2019 pelo valor médio de R$ 11 mil por metro quadrado, enquanto as novas transações estão saindo por ao menos R$ 22 mil. Além do repasse da inflação, houve uma valorização dos apartamentos, de fato, disse Fugazza.
A margem bruta recuou 2,3 p.p, para 32,4%, enquanto a margem líquida baixou 3,2 p.p , para 31,0%.
No caso da margem bruta, a retração está ligada à apuração da receita de empreendimentos que foram lançados nos anos de 2020 e 2021 e que tiveram a rentabilidade comprimida pela disparada dos custos de construção naquela época.
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A linha de equivalência patrimonial – que apura os resultados de projetos realizados com terceiros – dobrou, passando para R$ 49,9 milhões, devido à evolução de alguns empreendimentos, como o Park Avenue e o Jota by Lindenberg. A Eztec observou que, caso tivessem sido apurados na linha da receita, a margem bruta do trimestre poderia ter chegado a 37,4%.
As despesas comerciais aumentaram 29%, para R$ 29,8 milhões. Essa alta acompanha a ampliação dos lançamentos, com mais esforços de publicidade e propaganda, bem como a montagem de estandes e plantas decoradas. Além disso, o aumento das vendas também gerou mais despesas com pagamento de comissão. Segundo o executivo, as despesas estão sob controle e não tendem a crescer como porcentual das vendas.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma receita de R$ 23,1 milhões, montante que foi 52% menor. Isso se deve ao recuo do IGP, que baliza a correção dos financiamentos concedidos aos clientes pela incorporadora.
A empresa teve uma queima de caixa de R$ 82,1 milhões. Ela fechou o segundo trimestre com um caixa líquido de R$ 98,3 milhões, montante que é 83,8% menor na comparação anual.
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Fugazza reiterou que a Eztec está preparando o lançamento de sete empreendimentos no segundo semestre, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 1,2 bilhão – o dobro do realizado no primeiro semestre. Isso porque as vendas têm respondido bem e evoluído de modo saudável.
Perto do fim de junho, a incorporadora lançou dois projetos: o East Blue, no Tatuapé, com R$ 175 milhões em valor geral de vendas (VGV). Desse total, 47% já foram vendidos. O outro foi o Lindenberg Ibirapuera, com VGV de R$ 333 milhões, sendo 35% vendido.