O Dow Jones subiu 1,39%, aos 41.316,7 pontos; o S&P 500 avançou 1,47%, para 5.686,61 pontos; e o Nasdaq teve alta de 1,51%, alcançando 17.977,73 pontos. Na semana, os índices registraram valorização de 3,00%, 2,92% e 3,42%, respectivamente. Os dados são preliminares.
Os dados econômicos dos EUA de abril sugeriram uma economia resiliente, mesmo diante da política tarifária de Donald Trump. O cenário comercial também foi favorável, com os esforços dos EUA para fechar novos acordos e a disposição da China de retomar as negociações, o que estimulou a demanda por ativos de risco.
No cenário corporativo, as ações da Apple caíram 4,22%, apesar de lucros e receita do iPhone superarem as expectativas. Os investidores focaram nos comentários do CEO Tim Cook, que alertou sobre um impacto de US$ 900 milhões em custos adicionais no trimestre encerrado em junho devido às tarifas.
As ações da Amazon subiram 0,18%, após terem avançado mais de 1% durante o pregão, impulsionadas pela divulgação de lucros e receita acima do esperado no primeiro trimestre. Contudo, o desempenho abaixo do previsto na área de serviços em nuvem limitou os ganhos.
A Duolingo teve alta expressiva de 21,36% e continuou sua ascensão vertiginosa, após reportar receita de US$ 230,7 milhões no primeiro trimestre, um salto de 38% em relação ao ano anterior.
A Microsoft subiu 2,40%, mantendo o movimento de alta após bons resultados trimestrais. Já a Nvidia avançou 2,26%, e a Netflix ganhou 2,28%, acumulando dez sessões consecutivas de valorização.
Juros dos EUA sobem
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos sobem nesta sexta-feira, refletindo a menor aposta dos traders em cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) no curto prazo. O movimento ocorre após o relatório de empregos americano (payroll) de abril mostrar um mercado de trabalho ainda resiliente, de acordo com analistas.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,826%, o rendimento da T-note de 10 anos avançava para 4,305%, enquanto o T-Bond de 30 anos subia para 4,784%.
Os yields chegaram a abrir o dia em queda, mas inverteram o sinal após os dados de emprego não indicarem uma deterioração significativa no mercado de trabalho, mesmo com o início da vigência das tarifas comerciais. O movimento ganhou força com a divulgação do orçamento dos EUA e comentários do governo japonês, que classificou os Treasuries como um “trunfo” nas negociações tarifárias com Washington.
“O relatório de empregos de abril sugere que a resposta imediata dos empregadores às tarifas foi praticamente nenhuma”, avaliou Carl Weinberg, economista-chefe da High Frequency Economics. “Mas isso não significa que o mercado de trabalho esteja fora de perigo. Agora que as tarifas estão no radar, acreditamos que muitas empresas entenderam o recado e começarão os cortes de pessoal em breve”, completou.
O payroll sólido ajudou a aliviar parte das preocupações dos investidores em relação à atividade econômica, postergando a expectativa de corte de juros para julho. Ainda assim, muitos analistas acreditam que os efeitos das tarifas devem ganhar força nos próximos meses, pressionando o crescimento econômico de forma mais significativa.
Moedas globais: dólar recua
O dólar recuou frente às principais moedas globais nesta sexta-feira, em meio a expectativas de desaceleração de emprego e de novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed). A moeda apenas reduziu brevemente as perdas com a divulgação de dados majoritariamente positivos do payroll. Os números sobre encomendas à indústria americana, por sua vez, reforçaram a tendência de queda.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,21%, para 100,030 pontos. No acumulado da semana, o DXY avançou 0,56%. Por volta das 17h (horário de Brasília), o dólar caía para 145,00 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1308 e a libra esterlina era negociada em alta, a US$ 1,3281.
Apesar das vagas de emprego terem crescido 177 mil em abril, bem acima da mediana de 138 mil prevista pelo Projeções Broadcast, o resultado não foi suficiente para dissipar temores de uma desaceleração iminente no mercado de trabalho americano.
A desvalorização do dólar ganhou força após relatório do Departamento do Comércio dos EUA mostrar queda de 0,2% nas encomendas à indústria excluindo transportes, apesar do avanço maior que o esperado no número total.
O fato de o dólar não ter se beneficiado dos dados positivos do payroll destaca a relutância dos investidores em abandonar seus vieses negativos, afirma em nota o analista Nick Rees, da Monex Europe. Segundo ele, o sentimento – e não os dados concretos – parece estar impulsionando “boa parte da narrativa pessimista” em torno da moeda americana.
Rees observa, entretanto, que o cenário pode mudar caso o presidente do Fed, Jerome Powell, contrarie as expectativas de novos cortes de juros na reunião de 7 de maio. Isso poderia oferecer “uma base mais sustentável para o dólar recuperar as perdas recentes”, diz ele.
No radar, as moedas da região Ásia-Pacífico dispararam frente ao dólar na sessão de hoje, impulsionadas por sinais de possível distensão nas tensões comerciais entre Washington e Pequim.
*Com informações da Dow Jones Newswires