O índice Dow Jones recuou 0,22%, aos 42.427,74 pontos, na mínima do dia. O S&P 500 avançou 0,01%, a 5.970,81 pontos, e o Nasdaq subiu 0,32%, a 19.460,49 pontos. Os dados são preliminares.
As ações das fabricantes de semicondutores foram destaque após o governo americano informar que empresas do setor elevaram compromisso para investimentos a US$ 300 bilhões. As ações da Marvell Technology saltaram 6,3%, seguidas por On Semiconductor (+6,1%) e NXP Semiconductors (+5,6%). Já a Nvidia, que ultrapassou ontem a Microsoft como empresa mais valiosa dos EUA, avançou apenas 0,5%. O movimento também impulsionou outras ações do setor de tecnologia.
Por outro lado, a Tesla recuou 3,6% após divulgar vendas fracas na China e na Alemanha, além de um desentendimento público entre o CEO Elon Musk e o presidente Trump. A CrowdStrike Holdings caiu 5,8%, apesar de superar as estimativas de lucro, a receita ficou aquém do esperado.
No campo macroeconômico, o índice ISM de serviços caiu para o território de contração pela primeira vez desde junho do ano passado. Além disso, a criação de empregos no setor privado veio bem abaixo das expectativas. Após os dados, Trump voltou a pressionar o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, por cortes nos juros.
As tensões comerciais entre EUA e China também seguem no radar. Trump afirmou que é “extremamente difícil” fechar um acordo com o presidente chinês, Xi Jinping. Ainda assim, analistas do ING veem algum otimismo no mercado, à espera de uma possível ligação entre os dois líderes ainda nesta semana.
Agora, o foco se volta para o payroll, o relatório oficial de empregos dos EUA, que será divulgado na sexta-feira.
Juros dos EUA despencam
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos despencaram nesta quarta-feira, depois que um sinal de fragilidade do mercado de trabalho americano elevou as apostas em um alívio monetário pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) e desencadeou uma corrida em direção à dívida pública do país.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,871%. O rendimento da T-note de 10 anos cedia a 4,360%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,884%.
Na manhã desta quarta-feira, a ADP informou que apenas 37 mil empregos foram criados pelo setor privado dos EUA em maio, o menor número desde março de 2023. Analistas consultados pela FactSet esperavam 130 mil.
Segundo a ADP, as contratações estão perdendo fôlego, embora o crescimento dos salários permaneça em níveis robustos. O relatório pode refletir a relutância das empresas americanas em ampliar a força de trabalho em meio às incertezas sobre as tarifas do governo Donald Trump.
Minutos após a divulgação dos resultados, o presidente americano foi às redes sociais e citou o dado sobre a criação de empregos para pedir novamente ao presidente do Fed, Jerome Powell, que reduza as taxas de juros.
Na sexta-feira, os EUA divulgam seu relatório oficial sobre o mercado de trabalho, conhecido como “payroll”, com dados dos setores público e privado. A expectativa é de desaceleração.
Os juros dos Treasuries não demonstraram reação à divulgação do Livro Bege do Fed. A publicação, que reúne as leituras de cada distrito americano para a economia, apontou estabilidade no nível de emprego e recuo moderado da atividade econômica do país.
Para Harvey Bradley, da Insight Investment, os rendimentos dos títulos públicos dos EUA devem cair nos próximos seis a doze meses, à medida que a economia americana se deteriora e o Fed corta as taxas de juros.
A Insight Investment projeta que o rendimento da T-note de 10 anos anos caia para abaixo de 4% em um horizonte de um ano. Nesse período, a gestora espera que os juros americanos recuem mais do que o mercado atualmente projeta, com a taxa-alvo dos Fed Funds se aproximando de 3%.
Moedas globais: dólar recua
O dólar perdeu força contra seus principais pares globais nesta quarta-feira, após dados mostrarem que as empresas americanas contrataram bem menos do que o esperado no mês passado e que o setor de serviços do país entrou em contração pela primeira vez desde junho de 2024.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,44%, a 98,787 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caía para 142,91 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1415 e a libra era negociada em alta, a US$ 1,3549.
O dólar despencou ainda pela manhã, após a ADP reportar criação de 37 mil empregos em maio, o menor nível desde março de 2023.
Minutos mais tarde, o presidente americano, Donald Trump, citou o relatório nas redes sociais para pedir novamente ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que reduza as taxas de juros.
Na sexta-feira, os Estados Unidos divulgam seu relatório oficial de emprego, conhecido como “payroll”, com dados dos setores público e privado. A expectativa é de desaceleração.
O ISM renovou a pressão sobre o dólar ao mostrar queda do índice, contrariando as expectativas de analistas consultados pela FactSet, que esperavam alta.
Tomar empréstimos em dólares para investir em algumas moedas de mercados emergentes parece mais atrativo agora que a divisa americana se enfraquece e parece improvável que a economia mostre vigor, escreve Daniel Von Ahlen, da TS Lombard.
Von Ahlen prefere o dólar como moeda de financiamento, mas também gosta do yuan chinês e do franco suíço, ambas moedas de juros baixos. Entre as moedas-alvo mais atrativas, ele lista o real, o peso mexicano, o peso colombiano e o rand sul-africano.
O dólar americano tinha queda acentuada ante a moeda canadense, após boa parte das autoridades monetárias do Canadá observar a necessidade de reduzir os juros caso a economia enfraqueça. O Banco Central do Canadá manteve hoje inalterada a taxa básica de juros.
*Com informações da Dow Jones Newswires