O Dow Jones caiu 0,64%, aos 42.140,43 pontos; o S&P 500 avançou 0,72%, aos 5.886,55 pontos; e o Nasdaq fechou em alta de 1,61%, aos 19.010,08 pontos. Os dados são preliminares.
As ações da Tesla subiram 4,9%. Após valorização de 6,8% na segunda-feira, o valor de mercado da fabricante de veículos elétricos voltou a ultrapassar US$ 1 trilhão, algo que não acontecia desde o fim de fevereiro. Ontem à noite, o Comitê de Meios e Recursos da Câmara dos EUA publicou uma versão preliminar de um projeto de lei que prevê a eliminação dos créditos fiscais para compra de veículos elétricos até o fim do ano.
Outras empresas do bloco das “Sete Magníficas” também ampliaram ganhos nesta terça-feira. A Amazon.com subiu 1,3%, a Meta Platforms avançou 2,6%, a Apple ganhou 1,02% e a Nvidia teve alta de 5,6%. Juntas, as “Sete Magníficas” tiveram uma valorização de US$ 830,9 bilhões no rali de ontem, o segundo maior ganho diário de valor de mercado do grupo – que ainda inclui Microsoft e Alphabet -, de acordo com dados da Dow Jones Market Data.
A UnitedHealth caiu 17,8%. Nesta terça-feira, a maior seguradora de saúde dos EUA anunciou Stephen Hemsley como seu novo CEO, após a decisão de Andrew Witty de deixar o cargo por razões pessoais. A empresa também cancelou suas projeções de desempenho para este ano, afirmando que os gastos médicos serão maiores do que o esperado.
A Coinbase Global disparou 24% após o anúncio de que a plataforma de negociação de criptomoedas entrará para o S&P 500 em 19 de maio. A Coinbase substituirá a Discover Financial Services, que está sendo adquirida pela Capital One Financial em um acordo que deve ser concluído em breve, segundo o S&P Dow Jones Indices.
Juros dos EUA sobem
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos subiram nesta terça-feira, apesar da surpresa positiva da inflação americana em abril. Os investidores mantêm a atenção voltada para o índice de preços ao consumidor (CPI) de maio, que pode começar a refletir de maneira mais contundentes o efeito das tarifas comerciais, segundo analistas.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 4,011%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,481%, enquanto o T-bond de 30 anos tinha alta a 4,921% O CPI americano subiu 0,2% em abril ante março e 2,3% na comparação anual.
O núcleo do índice também teve avanço de 0,2% no mês e de 2,8% no ano. Segundo a Madison Investments, a leitura do dado se torna mais difícil diante da incerteza sobre o impacto da nova política comercial. Para a Capital Economics, “é possível que, a partir de maio, ocorra a incorporação dos efeitos das tarifas” nos indicadores de inflação. A leitura mais fraca da inflação não alterou significativamente a perspectiva de cortes de juros até o fim do ano.
Segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group, o mercado mantém a probabilidade de uma redução acumulada de 50 pontos-base nas taxas do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) até dezembro. Além disso, declarações da Casa Branca e novos desdobramentos geopolíticos colaboraram para a reversão dos juros, que começaram o dia em queda. O anúncio de um acordo de investimentos de US$ 600 bilhões com a Arábia Saudita e sinais de que os EUA avançam nas negociações comerciais com Índia e Coreia do Sul adicionaram impulso aos rendimentos.
Moedas globais: dólar recua
O dólar perdeu força frente às principais moedas globais nesta terça-feira, após dados de inflação mais fracos do que o esperado sugerirem um impacto apenas modesto das tarifas do presidente Donald Trump na economia americana até o momento. O dólar cedeu ainda em meio ao ambiente favorável ao risco após os Estados Unidos alinhavarem acordos com a China e Arábia Saudita.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,77%, a 101,003 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caía para 147,46 ienes, enquanto o euro subia para US$ 1,1191 e a libra era negociada em alta, a US$ 1,3305.
O recente acordo de trégua entre EUA e China, com ampla redução das tarifas de ambos os lados por 90 dias, trouxe alívio de curto prazo e pode reduzir a pressão inflacionária, avaliam os economistas. Na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou a necessidade de cautela antes de agir. A redução das tarifas de importação aos produtos chineses diminui as chances de recessão nos EUA, mas também favorece as expectativas de crescimento global, o que incentiva investidores a buscar retornos em mercados internacionais, reduzindo a demanda por dólares.
Além disso, ainda existe um grande volume de posições compradas na moeda americana. Argumentos para um dólar mais fraco permanecem válidos, embora com menor intensidade, explicam em nota os analistas do JPMorgan. “No médio prazo, sinais sobre quão persistente é o excepcionalismo dos EUA serão mais relevantes para o dólar”, afirmam.