O Dow Jones subiu 0,65%, aos 42.322,75 pontos. O S&P 500 avançou 0,41%, aos 5.916,93 pontos, registrando o quarto pregão seguido de ganhos. Já o Nasdaq recuou 0,18%, aos 19.112,31 pontos. Os números são preliminares.
Entre as big techs, o tom foi negativo. As ações da Amazon foram destaque entre as perdas, com baixa de 2,42%. Também caíram AMD (-2,3%), Alphabet (-0,85%), Meta (-2,35%), Tesla (-1,4%), Apple (-0,47%) e Nvidia (-0,38%).
Fora do setor, o Walmart caiu 0,5% após divulgar receita trimestral abaixo das estimativas. A UnitedHealth despencou 11%, alvo de investigação do Departamento de Justiça dos EUA por suposta fraude no Medicare. Em destaque positivo, a Foot Locker saltou mais de 86% após acordo para ser adquirida pela Dick’s Sporting Goods.
Na temporada de balanços, a Cisco subiu 4,9% ao superar expectativas. A Deere & Company avançou mais de x% com resultados considerados sólidos. Em contrapartida, a chinesa Alibaba tombou 7,5% após números aquém do esperado.
No campo econômico, as vendas no varejo dos Estados Unidos subiram 0,1% em abril ante março, abaixo do esperado. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) americano contrariou as expectativas e caiu no confronto mensal de abril ante março. Contudo, o núcleo do PPI acelerou na taxa anual de abril, e superou o previsto.
Em discurso, o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, manteve o tom cauteloso, alertando para um ambiente de incerteza econômica, com choques de oferta mais frequentes e inflação instável.
No front geopolítico, Donald Trump afirmou que um novo acordo nuclear com o Irã está próximo. Ele também disse que a Índia pode eliminar tarifas para produtos dos EUA, mas Nova Délhi respondeu que só fechará um pacto se for “benéfico para ambos os lados”.
Juros dos EUA recuam
Os rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos recuaram nesta quinta-feira, encerrando uma sequência de três dias de alta, após a divulgação de indicadores econômicos moderados no país, que parecem apoiar a postura do Federal Reserve (Fed).
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos cedia a 3,964%. O rendimento da T-note de 10 anos recuava a 4,447%, enquanto o T-Bond de 30 anos tinha queda a 4,912%.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA caiu 0,5% em abril ante março, contrariando expectativa de alta, mas o núcleo superou as projeções. As vendas do varejo também ficaram abaixo do esperado. Já os pedidos semanais de auxílio-desemprego permaneceram inalterados.
“Um relatório de preços ao consumidor e ao produtor mais frio do que o esperado em abril oferece algum alívio para um Fed cada vez mais preocupado com uma aceleração nas pressões de custos, especialmente porque as expectativas de inflação de curto prazo dispararam mais recentemente para o nível mais alto desde 1981”, notaram analistas da Stifel.
O mercado está mais calmo, com foco maior nos indicadores econômicos do que nas incertezas tarifárias, afirma Erik Knutzen, da Neuberger Berman. Mesmo antes da divulgação dos dados desta quinta-feira, os rendimentos dos Treasuries estavam abaixo dos picos observados desde o tarifaço do presidente Donald Trump, no início de abril.
A volatilidade dos títulos do Tesouro dos EUA tem diminuído, dizem em nota Jeff Blazek e Erik Knutzen, da Neuberger Berman. Segundo eles, o spread dos Treasuries sobre as taxas de swap, um indicador de estresse no mercado, se estreitou. “Os índices de volatilidade implícita retornaram a níveis mais normais”, afirmam.
O ICE BofAML U.S. Bond Market Option Volatility Estimate Index está em 100,76, abaixo dos quase 140 registrados em 8 de abril, de acordo com dados da LSEG. O índice estava em 104,73 em 1º de abril, um dia antes do anúncio das tarifas.
Moedas globais: dólar recua
O dólar perdeu força frente às principais moedas globais nesta quinta-feira, à medida que novos dados mostraram inflação moderada e desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos, reforçando as expectativas de redução de juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda neste ano.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, caiu 0,16%, a 100,879 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caía para 145,61 ienes, enquanto o euro subia para US$ 1,1184 e a libra era negociada em alta, a US$ 1,3306
O índice de preços ao produtor (PPI, pela sigla em inglês) dos EUA mostrou deflação em abril na comparação mensal, contrariando expectativas de alta. As vendas no varejo americano subiram menos do que o esperado. Já os pedidos de auxílio-desemprego no país ficaram estáveis, assim como a produção industrial de abril em relação a março.
Após os preços ao consumidor e ao produtor, o índice de gastos com consumo (PCE), principal indicador de inflação do Fed, deve mostrar desaceleração para 2,5% em abril, ante 2,6% em março, na leitura núcleo de 12 meses, escreve Samuel Tombs, da Pantheon.
O discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, ajudou a sustentar a queda do dólar. Powell afirmou que os EUA podem enfrentar choques de oferta mais frequentes e duradouros, exigindo uma revisão da estratégia de política monetária.
O euro pode subir para US$ 1,20 em 12 meses, dados os desafios estruturais enfrentados pelo dólar, afirma o analista do Danske Bank, Mohamad Al-Saraf. Mudanças significativas nas políticas americanas e europeias, a contínua incerteza comercial e sinais emergentes de rotação de capital para fora dos EUA deixam o dólar em considerável desvantagem, diz ele.
Chris Turner, analista do ING, acredita que a libra esterlina também pode se fortalecer, com potencial para alcançar US$ 1,34 no curto prazo, à medida que o dólar se mostra vulnerável e o Reino Unido busca estreitar laços com a União Europeia.
*Com informações da Dow Jones Newswires