O Dow Jones subiu 0,78%, aos 42.654,74 pontos, acumulando alta semanal de 3,41%. O S&P 500 avançou 0,70%, a 5.958,38 pontos, com ganho de 5,27% na semana. Já o Nasdaq teve alta de 0,52%, aos 19.211,10 pontos, encerrando a semana com valorização acumulada de 7,15%. Os dados são preliminares.
Na semana, o setor de tecnologia foi destaque, com a Nvidia saltando mais de 16%, a Meta Platforms subiu cerca de 8%, a Apple ganhou 6,5% e a Microsoft avançou 3,7%.
A Netflix subiu 1,15% e renovou sua máxima histórica, cotada a US$ 1.191,53, ultrapassando os US$ 500 bilhões em valor de mercado pela primeira vez. Já a Quantum Computing disparou 39,3% após divulgar resultados positivos, enquanto a Coinbase recuperou 9%, revertendo parte da queda da véspera, após o anúncio de um ataque hacker. Já a UnitedHealth subiu 6,4%, interrompendo uma sequência de oito pregões de baixa, com queda de cerca de 30% no período, segundo analistas.
Na outra ponta, as ações da Novo Nordisk em NY recuaram 2,7% após anunciar a saída do CEO Lars Fruergaard Jørgensen.
O desempenho positivo dos mercados foi sustentado pela trégua comercial entre Estados Unidos e China, que concordaram, no início da semana, em suspender tarifas bilaterais por 90 dias. A medida reduziu temores inflacionários e deu alívio aos ativos de risco.
“O consumidor americano pode até dizer que está preocupado, mas não está gastando como se estivesse”, disse Jamie Cox, sócio da Harris Financial Group. “O consumo fala mais alto quando filtramos todo o ruído.”
Agora, os investidores aguardam novidades sobre o cenário comercial. O presidente Donald Trump afirmou que deve estabelecer o nível das tarifas recíprocas e enviar comunicados por cartas para parceiros comerciais nas próximas “duas ou três semanas”.
Juros curtos dos EUA avançam e longos têm alívio
Os rendimentos dos Treasuries de curto prazo dos Estados Unidos mudaram de direção e passaram a avançar nesta sexta-feira, após divulgação do índice de sentimento do consumidor, que mostrou piora das expectativas de inflação no país. O dado, contudo, não retrata ainda o efeito pleno na confiança da trégua de 90 dias em relação a parte das tarifas que foi alinhavada pelos EUA e a China no início da semana.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,996%. O rendimento da T-note de 10 anos caía para 4,446%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,901%.
O índice de sentimento do consumidor americano caiu de 52,2 em abril para 50,8 em maio, abaixo do esperado. O patamar é o segundo mais baixo da história do indicador. A pesquisa da Universidade de Michigan também mostrou que as expectativas de inflação em 12 meses subiram de 6,5% em abril para 7,3% em maio, ainda em caráter preliminar.
Segundo a instituição, a incerteza sobre a política comercial ainda domina a percepção dos consumidores, e as tarifas foram mencionadas espontaneamente por quase três quartos dos entrevistados.
Os rendimentos dos Treasuries dos EUA caíam no início do pregão, estendendo a tendência de quinta-feira, em meio a sinais de inflação controlada e expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) pode encontrar espaço para aliviar a taxa básica de juros.
Os mercados monetários continuam apostando em cortes de juros, dizem os estrategistas do Société Générale Research, sobretudo após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, na terça-feira, que avançou menos do que o esperado.
A BlueBay Asset Management vê espaço para os rendimentos dos Treasuries de 30 anos superarem os 5%. Isso refletiria, em parte, a diminuição dos temores de recessão, mas também as preocupações dos investidores sobre o orçamento dos EUA, explica em nota o CIO Mark Dowding.
A gestora de ativos considera os rendimentos dos Treasuries de 10 anos em 4,5% como razoáveis, mas alerta que eles correm o risco de subir além desse patamar. “Vemos riscos para rendimentos mais altos na parte mais longa da curva”, afirma.
Moedas globais: dólar avança com piora
O dólar se valorizou frente às principais moedas globais nesta sexta-feira, após a divulgação da piora das expectativas de inflação da pesquisa da Universidade de Michigan, que pode ser um fator limitador para o Federal Reserve cortar a taxa básica de juros, caso a dinâmica continue.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,21%, a 101,092 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 145,98 ienes, enquanto o euro caía para US$ 1,1151 e a libra era negociada em baixa, a US$ 1,3277.
O índice de sentimento do consumidor americano caiu ao segundo patamar mais baixo da história do indicador. A pesquisa da Universidade de Michigan mostrou ainda que as expectativas de inflação em 12 meses subiram de 6,5% em abril para 7,3% em maio, ainda em caráter preliminar. O levantamento, porém, não retrata completamente o efeito da trégua de 90 dias nas tarifas de comércio exterior entre China e EUA, definida em acordo entre os dois países no início da semana.
No longo prazo, a quebra da correlação positiva entre a aversão ao risco e o dólar pode provocar mais desvalorização da moeda americana, dizem os analistas da Neuberger Berman. Segundo eles, os investidores americanos podem deixar de ver o dólar como uma moeda de refúgio ou exposições não protegidas ao dólar como uma fonte de diversificação, afirmam. Francesco Pesole, analista do ING, diz que o euro pode estender seus ganhos atuais contra o dólar, à medida que especuladores continuam apostando contra a moeda americana.
Os mercados e as previsões de consenso parecem estar se alinhando para mais dois cortes de taxa de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) neste ano. No entanto, os riscos continuam inclinados para um dólar mais fraco, diz Pesole. “Ainda vemos US$ 1,12 como um bom ponto de ancoragem de curto prazo para o euro, embora a tendência pareça ser a de testar US$ 1,13 em vez de US$ 1,11 no curto prazo, devido à contínua venda estratégica do dólar”, observa o analista do banco europeu.
*Com informações da Dow Jones Newswires