O Dow Jones subiu 0,75%, aos 42.515,09 pontos; o S&P 500 avançou 0,94%, aos 6.033,11 pontos; e o Nasdaq fechou em alta de 1,52%, aos 19.701,21 pontos.
As ações de companhias aéreas estiveram entre os destaques do dia, em meio ao alívio nos preços do petróleo diante da esperança por uma redução das tensões no Oriente Médio. United Airlines disparou 6,11%, American Airlines subiu 5,11% e Delta ganhou 5,21%.
A Boeing avançou 0,69%, enquanto investidores aguardavam mais informações sobre o trágico acidente com um Boeing 787 da Air India, na quinta-feira passada. A causa do acidente ainda não foi determinada, mas os investigadores recuperaram a caixa-preta do avião, o que deve trazer mais esclarecimentos sobre o caso nos próximos dias.
Meta ganhou 2,90%, após notícia de que a empresa incluirá anúncios na função Status do WhatsApp.
A Advanced Micro Devices (AMD) disparou 8,11%, para US$ 126,39. Analistas do banco Piper Sandler elevaram o preço-alvo da ação para US$ 140, ante US$ 125, e mantiveram recomendação “Overweight” (acima da média do mercado).
A U.S. Steel ganhou 5,12% após a aprovação de seu compra da empresa pela Nippon Steel. Para resolver preocupações de segurança nacional, as companhias firmaram um acordo que concede ao governo americano uma “golden share” com autoridade sobre a produção e o comércio da companhia.
Por outro lado, as ações da Sarepta Therapeutics despencaram 42,12% após a biofarmacêutica suspender os envios do Elevidys para infusões em pacientes não ambulatoriais devido à morte de um segundo paciente por falência hepática aguda.
Juros dos EUA avançam
Os juros dos Treasuries operaram em alta, em uma sessão que teve como destaque o prosseguimento das tensões entre Israel e Irã. Por sua vez, diferente da última semana, quando os países elevaram seus ataques, houve sinalização por parte de Teerã de que a nação não deseja avançar ainda mais nas ofensivas. Além disso, um leilão de T-Bonds de 20 anos foi observado, em uma semana que conta com expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,972%. O rendimento da T-note de 10 anos tinha alta a 4,456%, enquanto o do T-Bond de 30 anos avançava a 4,962%.
A intensificação das tensões no Oriente Médio chega em um momento delicado para os investidores. Somando-se o risco geopolítico à incerteza em torno da política comercial e fiscal dos EUA, o ambiente imprevisível se torna ainda mais complexo, aponta a Capital Economics. “Um aspecto um tanto incomum dos últimos dias é a reação dos rendimentos dos títulos públicos de longo prazo. Em particular, os rendimentos dos títulos públicos de renda fixa (TIPS) dos EUA subiram um pouco, em termos líquidos. Isso contrasta com a resposta a eventos de risco geopolítico anteriores, como os ataques a Israel em outubro de 2023 e o início da invasão russa da Ucrânia em 2022”, destaca.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos leiloou hoje US$ 13 bilhões em T-Bond de 20 anos, com rendimento máximo de 4,942% – acima da média recente de 4,610% nas seis últimas reabertura de ofertas desse vencimento, de acordo com o BMO. A demanda excluindo dealers foi de 86,6%, ante a média de 85,5% nas seis operações anteriores, segundo a BMO Capital, que considerou sólida a demanda por investidores finais. A taxa bid-to-cover, um indicativo da demanda, ficou em 2,68 vezes, ante 2,63 na média das últimas seis reaberturas para oferta desse papel, ainda segundo a BMO.
Esta semana, o calendário econômico está centrado no Fed. Após manter as taxas de juros estáveis em suas reuniões de janeiro, março e maio, o Fed provavelmente manterá as taxas de juros inalteradas na faixa de 4,25% a 4,50% esta semana, enquanto o Comitê continua avaliando o impacto das medidas de política fiscal na economia, indica a Stifel Economics. Embora os investidores certamente analisem a declaração de maio, eles também analisarão atentamente o Resumo das Projeções Econômicas atualizado para avaliar as projeções das autoridades monetárias em termos de crescimento, inflação e a trajetória futura das taxas de juros.
Moedas globais: dólar cai
O dólar perdeu força frente a seus principais pares globais nesta segunda-feira, após o Wall Street Journal informar que o Irã está sinalizando interesse em encerrar as hostilidades com Israel e retomar as negociações sobre seus programas nucleares. A notícia reanimou a tomada de risco nos mercados financeiros, embora os dois lados tenham seguido com ataques mútuos ao longo do dia.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em baixa de 0,19%, a 97,998 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia para 144,80 ienes, enquanto o euro avançava para US$ 1,1561 e a libra era negociada em alta, a US$ 1,3582.
A recente valorização do dólar em meio ao conflito entre Israel e Irã se deve sobretudo à disparada dos preços do petróleo, e não ao seu papel tradicional de ativo de refúgio, afirma Thu Lan Nguyen, do Commerzbank.
“O dólar se beneficia da alta do petróleo porque isso melhora a relação entre preços de exportação e importação dos EUA, ou seja, os termos de troca do país”, diz a analista, notando que, graças à revolução do xisto, os EUA são um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
Além disso, a moeda americana não se fortaleceu de forma generalizada na sexta-feira, tendo recuado frente a moedas mais dependentes do petróleo, como o dólar canadense e a coroa norueguesa. Isso explica por que a força do dólar perdeu fôlego à medida que os preços do petróleo devolveram parte dos ganhos, diz Nguyen.
Para Francesco Pesole, do ING Group, o Federal Reserve (Fed) pode manter cautela em relação aos cortes de juros na reunião desta quarta-feira, mas isso provavelmente não oferecerá muito suporte ao dólar.
Segundo ele, o Fed pode usar os preços mais altos do petróleo como argumento para resistir às pressões do presidente Donald Trump por cortes de juros. No entanto, a incapacidade do dólar de manter sua alta inicial após o início dos ataques é um “sintoma da desconfiança do mercado” em relação à moeda.
Mesmo um evento teoricamente favorável ao dólar – como uma disparada nos preços do petróleo combinada a tensões geopolíticas – não consegue impedir que os vendedores a descoberto aumentem suas apostas contra a moeda sempre que ela tenta se recuperar, afirma.
*Com informações da Dow Jones Newswires