O Dow Jones teve a terceira alta seguida, subindo 1,19%, aos 43.089,02 pontos; o S&P 500 avançou 1,11%, aos 6.092,18 pontos; e o Nasdaq fechou em alta de 1,43%, aos 19.912,53 pontos.
Após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar um cessar-fogo entre Israel e o Irã ontem, o líder das Forças Armadas israelense, Eyal Zamir, disse que as tropas estão voltando seu foco para Gaza. O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, comemorou o cessar-fogo, afirmando que o desfecho foi uma “vitória histórica” do povo iraniano.
Entre os ativos individuais, a American Express (3,78%), a Salesforce (3,29%) e 3M (2,71%) ficaram em destaque no Dow Jones. No Nasdaq, a maior alta porcentual foi da Dexcom (9,71%), uma empresa americana de saúde que desenvolve, fabrica e distribui uma linha de sistemas de monitoramento contínuo de glicose para controle de diabetes. A AMD, Intel e Marvell Technology dispararam mais de 6%.
A operadora de cruzeiros Carnival saltou 6,86% após divulgar lucros do segundo trimestre fiscal que superaram as estimativas dos analistas e elevar sua projeção para o ano fiscal.
O tombo do petróleo pressionou as ações da Occidental Petroleum e Exxon Mobil, que fecharam em baixa de 3,34% e 3,04%, respectivamente. As companhias aéreas subiram, como a Delta (2,7%) e American Airlines (4,3%).
A Coinbase Global saltou 12,1%, para US$ 344,82, e foi a principal estrela do S&P 500. Analistas da Benchmark Capital elevaram o preço-alvo da ação de US$ 301 para US$ 421, diante da enxurrada de notícias sobre a empresa e do ambiente favorável a criptomoedas.
Com a ideia de guerra de curta duração, o mercado relevou o tom do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, que reiterou a postura “esperar para ver” antes de reduzir a taxa de juros durante sua audiência no Congresso dos EUA. Outras declarações do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) hoje também endossaram a cautela.
Juros dos EUA operam em baixa
Os juros dos Treasuries prolongaram a queda na sessão desta terça-feira, com o mercado assimilando impacto da forte baixa do petróleo para o cenário prospectivo inflacionário diante de sinais de que o cessar-fogo entre Israel e Irã se materializava. Do lado da política monetária americana, o presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, manteve a postura “esperar para ver” em audiência no Congresso dos EUA hoje.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,816%. O rendimento da T-note de 10 anos cedia a 4,297%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,836%.
Após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar um cessar-fogo entre Israel e o Irã ontem, a trégua parecia inicialmente instável. Mas o líder das Forças Armadas israelense, Eyal Zamir, disse que as tropas estão voltando seu foco para Gaza, deixando de lado suas operações aéreas contra o Irã. O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, comemorou o cessar-fogo, afirmando que o desfecho foi uma “vitória histórica” do povo iraniano.
Powell, por sua vez, disse aos parlamentares que dados econômicos recentes provavelmente teriam justificado a continuidade da redução das taxas de juros se não fosse pelas preocupações de que tarifas mais altas. Outros membros do Fed hoje – Beth Hammack (Cleveland), John Williams (NY) e Neel Kashkari (Minneapolis) – soaram mais hawkish em contraste com a postura recente de colegas como a vice-presidente de Supervisão do Federal Reserve (Fed), Michelle Bowman, e o diretor do Fed Christopher Waller, ambos indicados por Trump, um defensor do alívio monetário imediato.
A preocupação com as tarifas também seguiu pesando na confiança do consumidor americano, contrariando a expectativa de melhora. Após o dado, o Wells Fargo manteve a expectativa de estagnação nos gastos no segundo semestre deste ano.
A sessão trouxe ainda um leilão de US$ 69 bilhões em T-notes de 2 anos, com participação indireta, que representa a demanda externa, abaixo da média, mas ofertas diretas acima da média recente, segundo a BMO.
Moedas globais: dólar recua
O dólar operou em queda hoje ante a maioria das moedas, com o cessar-fogo entre Israel e Irã impulsionando o apetite por risco no mercado. Com as disputas geopolíticas momentaneamente ficando de lado, investidores devem voltar as atenções para a postura dos principais bancos centrais, que hoje contaram com declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em queda de 0,57%, a 97,858 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar caía a 144,76 ienes, o euro se apreciava a US$ 1,1618 e a libra tinha alta a US$ 1,3625.
O frágil cessar-fogo entre Israel e o Irã e a consequente queda nos preços do petróleo abriram as portas para que os banqueiros centrais e os mercados retornem às atividades diárias de monitoramento de dados econômicos, aponta o Rabobank. Powell afirmou hoje que uma “maioria significativa” dos dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) acredita que será possível cortar juros mais tarde neste ano.
Em audiência na Câmara dos EUA, Powell reforçou que a política monetária dependerá da evolução dos indicadores econômicos. Para ele, ainda é “muito cedo” para especular as implicações das tensões no Oriente Médio para a economia dos EUA. “Como todo mundo, estamos monitorando situação”, disse. O discurso não sugere sinal de corte de juros no curto prazo, avalia a Capital Economics. A retórica contraria sinalizações dos diretores Michelle Bowman e Christopher Waller, que defenderam discussões sobre redução da taxa básica já na próxima reunião, em julho.
Na visão do Rabobank, a fraqueza da economia seguindo a divulgação de uma série de dados deixa em aberto o risco de outro corte na taxa de juros do Banco da Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) em agosto e, potencialmente, novamente em novembro. Em contrapartida, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou que está próximo do fim do seu ciclo de flexibilização.
O vice-presidente do BCE, Luis De Guindos, afirmou que a troca de violências entre Israel e Irã cria uma “camada extra” de incerteza. Na ocasião, ele destacou a importância de permanecer vigilante quanto a uma possível desaceleração econômica e à política fiscal, não apenas da Europa, como também a dos EUA. O economista-chefe do BCE, Philip Lane, afirmou que as taxas de juros europeias parecem estar em nível neutro, próximas de 2%. “Mas não podemos ficar obcecados com um nível específico”, disse.