

As bolsas de Nova York fecham esta sexta-feira (25) em alta, ampliando os ganhos da semana. Os três índices renovaram máximas intradiárias durante a tarde, após o presidente Donald Trump afirmar que o país será “razoável” em relação às tarifas. Também pesou sobre o sentimento de Wall Street o resultado melhor que o esperado do sentimento do consumidor americano, elaborado pela Universidade de Michigan. O dólar também subiu hoje, enquanto os títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) caíram.
O Dow Jones ganhou força no fim do pregão e subiu 0,05%, aos 40.113.50 pontos; o S&P 500 avançou 0,74%, aos 5.525,21 pontos; e o Nasdaq teve alta de 1,26%, aos 17.382,94 pontos. Os dados são preliminares. No acumulado da semana, o saldo foi positivo: o Dow Jones ganhou 2,5%, o S&P 500 subiu 4,6% e o Nasdaq avançou 6,7%.
A ação da Alphabet subiu 1,7% depois que a controladora do Google divulgou lucro líquido de US$ 34,54 bilhões no primeiro trimestre, acima das expectativas de Wall Street.
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A Tesla ganhou 9,8%. Ontem, o secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, apresentou uma nova estrutura para carros autônomos. O anúncio é uma boa notícia para a Tesla, que planeja lançar um serviço de táxi autônomo no Texas em junho e iniciar a produção do robotáxi Cybercab no próximo ano.
Na direção oposta, a ação da Intel caiu 6,7% após a fabricante de chips reportar prejuízo no primeiro trimestre, com perspectiva fraca de receita. A companhia afirmou que reduziria custos cortando investimentos em capital e despesas operacionais. O novo CEO, Lip-Bu Tan, disse que haverá demissões neste trimestre, sem dar detalhes.
Juros dos EUA caem
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos voltaram a cair nesta sexta-feira, proporcionando a segunda semana consecutiva de ganhos para os Treasuries em meio a novos sinais de moderação do presidente Donald Trump, especialmente no que diz respeito à política tarifária.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,759%. O rendimento da T-note de 10 anos recuava para 4,259%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava a 4,725%.
Em entrevista a repórteres a bordo do Air Force One, Trump disse que será “razoável” em relação às tarifas de comércio exterior e que “diversos países estão querendo negociar” com os EUA. Mais cedo, ele havia afirmado que conversou “muitas vezes” com o presidente da China, Xi Jinping, e que o país está perto de um acordo com o Japão.
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Os rendimentos dos Treasuries já vinham caindo ao longo da semana, após o presidente recuar das ameaças de tentar demitir o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e relatos indicarem que a Casa Branca estaria considerando adotar uma postura mais branda em relação à China. As crescentes expectativas de cortes de juros ainda neste ano pressionaram os rendimentos dos Treasuries de curto prazo. No entanto, com a aproximação do período de silêncio do Fed antes da reunião de maio, que começa neste fim de semana, os mercados futuros praticamente descartaram a possibilidade de uma redução na taxa de referência já no mês que vem.
O relatório de desemprego de abril, previsto para a próxima sexta-feira, é o único dado que poderia alterar significativamente o sentimento do mercado antes da decisão de política monetária do Fed. A curva de juros dos Treasuries se acentuou de forma significativa em 2025, observa a JPMorgan Asset Management, que ainda vê espaço para um aumento ainda maior da diferença entre os rendimentos de curto e longo prazos. “As taxas de curto prazo estão ancoradas pela desaceleração do crescimento e pelos riscos de recessão, enquanto o longo prazo enfrenta pressões estruturais e políticas”, escreve o JPM AM.
Moedas globais: dólar sobe
O dólar operava em alta frente a outras moedas de economias desenvolvidas nesta sexta-feira, revertendo parte das perdas da véspera, em meio à divulgação de dados econômicos acima do esperado nos EUA e à expectativa em torno de desdobramentos da política tarifária. A libra tinha baixa moderada ante o dólar, após alta inesperada nas vendas do varejo no Reino Unido de março.
Por volta das 17h00 (de Brasília), o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, tinha alta de 0,09%, para 99,471 pontos. A moeda americana se valorizava a 143,57 ienes. O euro caía para US$ 1,1373, enquanto a libra esterlina era negociada em queda, a US$ 1,3328.
Relatos indicam que a China pode isentar tarifas de 125% sobre certos produtos dos EUA, mas a Capital Economics vê isso como um “controle de danos”, e não um sinal real de arrefecimento. Para o ING, o mercado foca nas notícias positivas e ignora “manchetes negativas de Pequim”, o que favorece o dólar.
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Já Ulrich Leuchtmann, do Commerzbank, alerta que as políticas de Trump inserem pressão sobre o dólar e até colocam em xeque seu status como moeda de reserva global. “O risco de uma fraqueza significativa do dólar é alto o suficiente para não ser ignorado, especialmente considerando o potencial de valorização do euro frente à moeda americana”.
Para Filip Lagaart, da FXStreet, o DXY parece posicionado para um salto se surgirem manchetes confirmando avanço nas negociações EUA-China, “embora um eventual acordo de paz entre Rússia e Ucrânia possa impulsionar o euro e pesar sobre o índice do dólar”.
Derek Halpenny, do MUFG Bank, alertou que a valorização recente do dólar frente ao iene pode não se sustentar. Para ele, os atuais ganhos refletem otimismo momentâneo com a guerra comercial, mas uma desaceleração da economia dos EUA ainda é esperada, o que tende a manter a volatilidade elevada e favorecer moedas vistas como porto seguro, como o iene.
O dólar canadense permanecia estável, com as vendas no varejo vindo em linha com as projeções. O rublo se valorizava após o Banco Central da Rússia manter a taxa básica de juros em 21% ao ano.
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*Com informações da Dow Jones Newswires