O Dow Jones subiu 1,78% aos 42.343,65 pontos; o S&P 500 avançou 2,05%, aos 5.921,54 pontos; e o Nasdaq fechou em alta de 2,47%, aos 19.199,16 pontos. Os dados são preliminares.
A ação da Tesla ganhou 6,94%, mesmo com queda nas vendas na Europa pelo quarto mês consecutivo. O impulso veio de declarações do CEO Elon Musk, que no fim de semana afirmou ter retornado ao trabalho integral na montadora – assim como em suas outras empresas. A Tesla caiu 3% na semana passada, encerrando uma sequência de quatro semanas de alta. O projeto de lei fiscal e de gastos recém-aprovado pela Câmara dos EUA inclui medidas que obrigam donos de veículos elétricos a pagar taxas anuais, enquanto o Senado votou para revogar uma medida da Califórnia que proibia a venda de novos carros a gasolina a partir de 2035.
A Apple teve recuperação mais modesta, subindo 2,5%%. O papel caiu 3% na sexta-feira, após Trump ameaçar impor uma tarifa de 25% sobre iPhones fabricados fora dos EUA.
A Salesforce confirmou a aquisição da empresa de software de gestão de dados Informatica por US$ 8 bilhões e viu sua ação subir 1,49%, após queda de 3,6% na sexta-feira, quando surgiram os primeiros relatos sobre o acordo. A Informatica subiu 6%, após saltar mais de 17% na sessão anterior.
A U.S. Steel avançou 2,04%. Na sexta-feira, a ação disparou 21%, depois que Trump anunciou uma “parceria planejada” com a japonesa Nippon Steel.
Juros dos EUA recuam
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos voltaram a recuar nesta terça-feira, após ganharem fôlego brevemente com a divulgação do índice de confiança do consumidor americano, pelo Conference Board, que superou as expectativas na leitura de maio. Os juros dos Treasuries seguem tendência de queda desde que o presidente Donald Trump adiou a imposição de uma tarifa de 50% sobre importações da União Europeia, aumentando a demanda pelos títulos americanos.
Por volta das 17h00 (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos caía a 3,977%. O rendimento da T-note de 10 anos recuava a 4,446%, enquanto o T-Bond de 30 anos cedia a 4,951%. Na última sexta-feira, antes do feriado de Memorial Day, o juro da T-note de 2 anos estava em 3,994% perto das 15h00 (de Brasília). O rendimento da T-note de 10 anos oscilava em torno de 4,514%, enquanto o T-Bond de 30 anos estava em 5,038%.
Os rendimentos americanos acompanharam movimento global deflagrado por relatos de que o Japão considerará reduzir a emissão de títulos ultralongos em seu programa para o atual ano fiscal, após os recentes aumentos acentuados nos rendimentos dos JGBs. A diminuição da oferta pode levar a alocações adicionais nos Treasuries, o que pressionaria as taxas para baixo.
O Departamento do Tesouro dos EUA leiloou hoje US$ 69 bilhões em T-notes de 2 anos, com rendimento máximo de 3,955% – abaixo da média recente de 4,128%, de acordo com o BMO.
Antes do dado do Conference Board, que aparentemente estimulou algum apetite por risco, elevando os rendimentos dos Treasuries por alguns minutos, o Departamento do Comércio dos EUA divulgou que as encomendas de bens duráveis em abril caíram menos do que o esperado, mas o dado pouco alterou o mercado da dívida americana.
Os rendimentos dos Treasuries correm o risco de subir novamente devido à incerteza tarifária e preocupações fiscais, diz em nota Benjamin Schroeder, do ING Group. Após a aprovação do projeto orçamentário de Trump na Câmara dos Representantes, as atenções estão voltadas para eventuais alterações que possam viabilizar a aprovação da medida no Senado, aliviando preocupações sobre a situação fiscal dos EUA, afirma o estrategista sênior de juros.
A divulgação de dados benignos do índice de preços dos gastos com consumo – medida preferida de inflação do Federal Reserve (Fed) -, na sexta-feira, não ajudará os Treasuries de longo prazo se a ameaça de um aumento tarifário continuar relevante, diz Schroeder.
Moedas globais: dólar sobe
O dólar opera em alta nesta terça-feira, tentando recuperar parte das perdas recentes e levando o índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, a oscilar na faixa de 99 pontos. O movimento é impulsionado pelo alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e União Europeia (UE) e por dados econômicos acima do esperado.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas fortes, subia 0,41%, a 99,521 pontos, após o feriado do Memorial Day nos EUA ontem. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar avançava a 144,27 ienes, enquanto o euro caía para US$ 1,1337 e a libra era negociada em queda, a US$ 1,3513.
O fortalecimento da moeda americana vem após o presidente Donald Trump anunciar o adiamento das tarifas de 50% sobre produtos da UE. Uma porta-voz da Comissão Europeia afirmou que concordaram em “acelerar as negociações comerciais”, o que contribuiu para o alívio no mercado.
Outro fator de suporte veio do índice de confiança do consumidor nos EUA, que subiu para 98 em maio, superando as projeções dos analistas. “O dado mostra que as famílias americanas estão dispostas a avançar, mesmo diante do cenário de tarifas anunciadas pelo governo Trump”, disse Stephen Stanley, economista-chefe do Santander.
O iene segue pressionado diante de especulações de que o governo japonês poderá rever seu plano de emissões para conter a alta dos juros dos títulos ultralongos. “O recuo do iene, após a queda nos rendimentos de longo prazo no Japão, pode se aprofundar, mas tende a ser limitado”, avalia Derek Halpenny, do MUFG Bank.
Já o dólar australiano tende a se valorizar frente à moeda americana, apoiado por melhores expectativas de crescimento econômico na Austrália em comparação com os EUA. “Com o atual descolamento entre moedas e juros, as projeções de crescimento devem ganhar mais peso nas tendências de câmbio”, afirma Olivier Korber, estrategista do Société Générale.
O euro também pode ganhar tração caso autoridades da região continuem a defender a moeda como uma alternativa viável ao dólar, segundo Francesco Pesole, do ING. Já a libra esterlina continua em perspectiva de alta, apoiada pela abordagem cautelosa do Banco da Inglaterra (BoE) em relação ao ciclo de cortes de juros, avalia Enrique Diaz-Alvarez, economista da Ebury.
*Com informações da Dow Jones Newswires