O Nasdaq fechou aos 20.273,46 pontos, após subir 0,52%. Na sessão, o índice renovou sua máxima intradiária ao tocar 20.311,51 pontos. Dow Jones fechou com alta de 1%, aos 43.819,27 pontos. O S&P 500 fechou em alta de 0,52%, no nível recorde de 6.173,07 pontos. Na sessão, atingiu 6.187,68 pontos, máxima intradiária.
A Nvidia subiu 1,76% e completou cinco altas consecutivas, refletindo o contínuo otimismo com produtos de inteligência artificial. A fabricante líder de chips de inteligência artificial manteve o título de empresa mais valiosa do mercado, com capitalização de US$ 3,847 trilhões.
As ações da Nike dispararam 15,2%, a US$ 72,04, e responderam pela maior alta porcentual do S&P 500 após a mudança de foco da empresa de produtos esportivos para o desempenho atlético em detrimento de produtos de estilo de vida ter o potencial de desacelerar a queda nas vendas e ajudar a impulsionar uma recuperação duradoura, afirmam analistas.
O preço alvo para as ações da Nike foi elevado por vários bancos, ente eles o Barclays (de US$ 53 para US$ 64), Morgan Stanley (US$ 61 para US$ 64) e Goldman Sachs (de US$ 72 para US$ 81) na esteira do balanço.
A Boeing subiu 5,9%, para US$ 214,55. O analista Olivier Brochet, da Rothschild & Co. Redburn, afirmou em nota de pesquisa que mudanças positivas na gigante aeroespacial estavam começando a dar frutos.
Brochet elevou a recomendação da Boeing de neutra para compra e elevou seu preço-alvo de US$ 180 para US$ 275.
Juros dos EUA sobem
Os juros dos Treasuries ganharam força durante a tarde e subiam, após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump sobre Canadá. A divulgação do principal indicador de inflação do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) ligeiramente acima das expectativas em maio foi acompanhada por outros dados fracos e influenciaram a precificação dos títulos de renda fixa, contribuindo para obscurecer a perspectiva sobre taxas de juros americanas. Outro fator impulsionador para as taxas veio de notícia de potencial acordo dos EUA com a China.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,737%. O rendimento da T-note de 10 anos avançava a 4,273%, enquanto o T-Bond de 30 anos recuava para 4,835%.
Na tarde de sexta-feira, Trump anunciou o encerramento imediato das negociações comerciais com o Canadá, ameaçando com o anúncio de tarifas “dentro dos próximos sete dias” após medidas canadenses punitivas para setor de tecnologia e laticínios americanos. Outro estrago para o ambiente veio de afirmações sobre interrupção de potencial alívio a sanções contra o Irã, enquanto avanço sobre negociações com a China trouxeram otimismo.
Pela manhã, os juros dos Treasuries perderam fôlego, após queda inesperada de gastos com consumo e da renda pessoal. Já os dados de inflação ficaram acima do esperado.
O Goldman Sachs citou que o recuo da renda pessoal refletiu uma queda de 7% nos pagamentos da Previdência Social após o fim dos pagamentos retroativos relacionados à Lei de Equidade da Previdência Social, que impulsionou a renda em março e abril, e uma queda de 2% na renda dos proprietários após o Programa de Assistência Emergencial a Commodities impulsionar a renda dos proprietários rurais nos dois
meses anteriores. Após os dados, o banco reduziu a projeção para o PIB do segundo trimestre em 0,1 ponto porcentual, para +3,9% (anualizada em relação ao trimestre anterior).
Outros vetores que inibiram o avanço dos juros pela manhã foram a revisão inesperada para baixo das expectativas de inflação da Universidade de Michigan e os comentários dovish de hoje do presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, também foram vetores que inibiram uma alta mais intensa das taxas.
Moedas globais: dólar opera em alta
O dólar operou em alta hoje ante a maioria das moedas, em uma sessão atenta aos desdobramentos das disputas tarifárias desencadeadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O anúncio de um acordo com a China chegou a pressionar o ativo no começo da sessão, no entanto, declarações do republicano sobre as tratativas com o Canadá deram impulso à moeda americana, e, consequentemente, pressionaram o dólar canadense. O dia contou ainda com a divulgação do índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de maio dos EUA, frequentemente apontado como medida de inflação favorita do Federal Reserve (Fed).
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechou em alta de 0,26%, a 97,401 pontos. Na semana, por sua vez, houve queda de 1,45%. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar subia a 144,75 ienes, o euro se depreciava a US$ 1,1708 e a libra tinha queda a US$ 1,3707. A moeda americana se valorizava a 1,3718 dólar canadense.
Trump anunciou o encerramento imediato das negociações comerciais com o Canadá nesta tarde. O republicano informou que comunicará as tarifas que o país vizinho enfrentará “dentro dos próximos sete dias”. Trump disse ter sido informado de que os canadenses decidiram impor impostos sobre serviços digitais contra empresas americanas de tecnologia, além de já cobrar até 400% em tarifas por produtos laticínios dos fazendeiros dos EUA “há anos”. “O silêncio foi bom enquanto durou”, avaliou Karl Schamotta, estrategista-chefe da Corpay. Ele alerta que a tensão elevou as expectativas de volatilidade nos mercados cambiais. “O dólar canadense pode continuar pressionado durante o fim de semana e no início da próxima semana”, diz.
Em plano mais amplo, “claramente, não faltaram ventos contrários ao dólar ultimamente: o crescimento mais fraco e a dissidência moderada em relação aos dirigentes do Fed deslocaram os gaps de rendimento contra ele, enquanto a falta de confiança nos mercados americanos (não ajudada por novos questionamentos sobre a independência do Fed) fez com que o dólar se desvalorizasse ainda mais do que as mudanças nos gaps de rendimento implicariam, aponta a Capital Economics.
Por sua vez, embora os dados básicos dos preços das PCE publicados hoje ainda mostrem que o impacto inicial das tarifas foi inesperadamente moderado, acreditamos que o Fed manterá a política monetária suspensa até o próximo ano em meio à preocupação com potenciais efeitos inflacionários secundários das tarifas, ajudando a deslocar as lacunas de rendimento de volta a favor do dólar, avalia. Além disso, o posicionamento líquido curto em dólar parece esticado em relação aos padrões anteriores, sugerindo espaço para uma recuperação no curto prazo, conclui.
* Com Dow Jones Newswires