O Dow Jones caiu 0,58%, aos 42.098,70 pontos; o S&P 500 recuou 0,56%, aos 5.888,55 pontos; e o Nasdaq fechou em baixa de 0,51%, aos 19.100,94 pontos. Os dados são preliminares.
As ações da Nvidia caíram 0,51% antes da divulgação dos resultados do primeiro trimestre, após se movimentarem com volatilidade. Analistas esperam que a companhia reporte um lucro ajustado de US$ 0,73 por ação sobre uma receita de US$ 43,3 bilhões. A receita de data centers deve subir 74% em relação ao ano anterior, embora abaixo do ritmo de 93% registrado no quarto trimestre. Para o segundo trimestre, o mercado estima lucro de US$ 1 por ação sobre receita de US$ 45,9 bilhões.
Tae Kim, da Barrons, afirma que as estimativas para o primeiro e o segundo trimestres podem estar elevadas demais, pois muitos clientes devem adiar suas decisões de compras à espera do lançamento de um servidor de inteligência artificial (IA) mais potente, o Blackwell Ultra NVL72, previsto para o segundo semestre.
A Tesla caiu 1,65%, um dia após subir 6,9%, mesmo com dados mostrando que as vendas da montadora de veículos elétricos na Europa despencaram 49% em abril. O CEO Elon Musk impulsionou os papéis da empresa ao dizer, no fim de semana, que estava “de volta ao trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana”.
A GameStop caiu 10,88%, após a varejista de videogames fazer sua primeira compra de bitcoin. O anúncio da empresa foi vago, mas, com base no preço atual da maior criptomoeda do mundo, os 4.710 de bitcoins adquiridos pela GameStop valem mais de US$ 5,12 milhões. A Okta divulgou lucros e receitas do primeiro trimestre acima das estimativas dos analistas, mas suas ações despencaram mais de 16%, depois que a empresa de software manteve sua projeção para o ano fiscal, decepcionando investidores.
A Joby Aviation, que fabrica táxis aéreos elétricos, disparou quase 29% após receber o primeiro pagamento de US$ 250 milhões de uma parceria previamente anunciada com a Toyota.
Juros dos EUA sobem
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos avançaram no início desta quarta-feira e mantiveram-se em terreno positivo em um dia de ata do Federal Reserve (Fed) e leilões de T-notes de 5 anos e FRNs, mas sem indicadores econômicos relevantes. Os mercados seguem atentos à política comercial oscilante do presidente Donald Trump e à possibilidade de aumento na oferta de títulos para financiar o crescente déficit fiscal dos EUA.
Por volta das 17h (horário de Brasília), o juro da T-note de 2 anos subia a 3,989%. O rendimento da T-note de 10 anos tinha alta a 4,478%, enquanto o T-Bond de 30 anos avançava para 4,977%.
Os juros de curto prazo desaceleraram alta e os de longo prazo ganharam força no meio da tarde, após leilão de US$ 70 bilhões em T-notes de 5 anos com rendimento máximo de 4,071%, ante média recente de 4,204%. Mais cedo, o Departamento do Tesouro colocou US$ 28 bilhões em notas de juro flutuante (FRNs, na sigla em inglês) de 2 anos, com taxa de desconto de 0,144%.
Os rendimentos dos Treasuries subiram nas negociações iniciais do dia, depois que um leilão de títulos de 40 anos no Japão atraiu a menor demanda em quase um ano, indicando que os investidores estão cautelosos em meio ao recente aumento dos desafios fiscais. Relatos de que o Japão considera reduzir a emissão de títulos superlongos pesaram sobre o mercado na terça-feira.
Na semana passada, os investidores também exigiram rendimentos maiores do que o esperado em um leilão de títulos de 20 anos pelo Tesouro dos EUA.
Os rendimentos dos Treasuries de 2 anos dos EUA devem subir nos próximos meses, caso o mercado elimine as apostas de cortes de juros pelo Fed neste ano, afirmam em relatório os analistas do BNP Paribas Markets 360. “Até setembro de 2025, esperamos que o mercado tenha descartado os dois cortes que estavam previstos para este ano, postergando-os para 2026”, dizem.
Os juros dos Treasuries não demonstraram reação à divulgação da ata da última reunião de política monetária do Fed. No documento, os formuladores de política monetária afirmaram estão bem posicionado para aguardar clareza sobre trajetórias da inflação e atividade.
Moedas globais: dólar estende alta
O dólar opera em alta nesta quarta-feira, estendendo os ganhos da véspera, com os investidores atentos aos desdobramentos das negociações comerciais entre Estados Unidos e União Europeia e à ata da última reunião do Federal Reserve, na qual os dirigentes concordaram que a incerteza sobre cenário econômico aumentou, tornando apropriada abordagem cautelosa da política monetária.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, subia 0,36%, aos 99,875 pontos. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), o dólar avançava a 144,91 ienes, enquanto o euro caía para US$ 1,1292 e a libra recuava a US$ 1,3465.
A moeda americana era impulsionada pela notícia de que representantes da UE e dos EUA têm um encontro agendado para esta quinta-feira, em mais uma tentativa de destravar as negociações antes do prazo final de 9 de julho, segundo a Bloomberg.
A ata do Fed destacou que o dólar se depreciou de “forma substancial” frente à maioria das moedas recentemente, em meio à preocupação com os efeitos adversos das tarifas sobre o crescimento econômico dos EUA.
Segundo Joshua Gibson, da FXStreet, um dos fatores que ajudaram a sustentar o dólar nesta semana foi a potencial redução na oferta de títulos do governo japonês (JGBs). A movimentação enfraqueceu o iene. No entanto, para Derek Halpenny, do MUFG Bank, o iene pode se fortalecer no curto prazo, já que o aumento dos juros dos JGBs de longo prazo provavelmente não levará o Banco do Japão a cortar a taxa básica.
Entre outras moedas, o dólar tinha forte alta ante o peso mexicano após o Banco Central do México reduzir significativamente suas previsões para o crescimento da economia mexicana em 2025 e 2026, apontando um cenário de “elevada incerteza” para a atividade produtiva. Para 2025, a projeção passou de 0,6% para 0,1%.
*Com informações da Dow Jones Newswires