Os juros passaram o dia em queda, assim como o dólar, na contramão da aversão ao risco no exterior sustentada pela expectativa de invasão da Rússia à Ucrânia que penalizou as ações. A agenda local mais uma vez esvaziada e a falta de destaques no noticiário enfraqueceram os negócios, com o alívio de prêmios ainda justificado pelas boas perspectivas de fluxo externo.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou em 12,38% (regular) e 12,365% (estendida), de 12,413% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,456% para 11,400% (regular) e 11,395% (estendida). O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,31% (regular) e 11,30% (estendida), de 11,331%.
O bom desempenho do real, uma das poucas moedas emergentes a ganhar hoje do dólar, acabou ajudando a aliviar os prêmios da curva durante todo o dia, até pela falta de referência melhor nesta sexta-feira de poucas novidades. Se o risco geopolítico continua presente em grau elevado, por outro lado a Selic a caminho de superar 12% tem servido de escudo para atrair capital, o que se vê não só no movimento de rotações de setores nas Bolsas, mas também na renda fixa.
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Para o estrategista-chefe do CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi, a entrada de fluxo tem permitido certo descolamento dos ativos domésticos das tensões externas, graças não só à antecipação do aperto da política monetária mas também à melhor percepção dos investidores estrangeiros sobre as eleições em relação aos locais. “Lá fora, a impressão geral é de que não haverá ruptura na macroeconomia”, afirmou.