O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que concorda com a análise sobre a responsabilidade do risco de liquidez do Banco Master ser do Banco Central (BC). A afirmação foi dada em entrevista ao UOL na manhã desta segunda-feira (12). Desde abril, os holofotes do mercado brasileiro se concentram na proposta de compra de 58% do capital total do Banco Master pelo Banco Regional de Brasília (BRB). A operação aguarda a aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Eu concordo. O problema do Banco Master é do Banco Central, e não de outros bancos”, disse Haddad na entrevista. A fala do ministro da Fazendo ocorreu após ser questionado se concordava com a análise de Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4), sobre os problemas de liquidez do banco de Daniel Vorcaro. Na sexta-feira (9), o executivo disse que o o “Fundo Garantidor de Créditos (FGC) tem governança própria, um conselho absolutamente independente e um estatuto absolutamente claro”. “Então, essa é uma responsabilidade exclusiva do regulador, do Banco Central”, afirmou Maluhy, quando questionado sobre a atuação do FGC no caso Master.
Como mostramos nesta reportagem, o Banco Master fez um pedido formal ao FGC para viabilizar uma linha de empréstimo que o ajude a rolar suas dívidas, após a cisão e venda de parte de seus ativos. O objetivo, segundo informações do Estadão, é cobrir cerca de R$ 10 bilhões em compromissos a vencer nos próximos dois anos, incluindo de Certificados de Depósitos Bancários, os CDBsemitidos pelo Master com taxas muito acima da média do mercado, que inundaram a carteira do investidor pessoa física e, agora, precisam entrar na operação com o BRB.
O suporte do FGC daria fôlego aos vencimentos mais curtos de dívidas da instituição, cerca de R$ 500 milhões por mês. Junto a isso, estariam sendo negociados ativos de Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master. Assim, a empresa financeira ganharia tempo para negociar a venda de outros ativos.