Últimas notícias

Fintech de PMEs Cora recebe aporte de US$116 mi

O movimento ilustra como negócios digitais no Brasil estão rapidamente ganhando popularidade entre PMEs

Fintech de PMEs Cora recebe aporte de US$116 mi
Fundos de investimento multimercado permitem diversificar o destino do aporte, dando solidez e permitindo explorar mais oportunidades (Foto: Olivier Le Moal/Shutterstock)

(Reuters) – A fintech especializada em pequenas e médias empresas (PMEs) Cora anunciou nesta terça-feira, 24, que recebeu um aporte de 116 milhões de dólares liderado pelo fundo Greenoaks, antecipando planos de expansão previstos para 2022.

A rodada, que também envolveu Ribbit Capital, Kaszek Ventures, QED Investors, Tiger e Tencent, vem quatro meses após a Cora ter recebido 26,7 milhões de dólares em aporte liderado pela Ribbit.

O movimento ilustra como, após uma primeira onda de bancos digitais com foco no varejo, cujo maior expoente Nubank prepara-se para listagem na Nasdaq, negócios digitais no Brasil estão rapidamente ganhando popularidade entre PMEs, que buscaram canais online para sobreviver a lockdowns para conter a covid-19, que mantiveram negócios físicos fechados por meses.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

Isso foi catalisado por inovações regulatórias lideradas pelo Banco Central, como o pagamento instantâneo PIX e o open banking, lançados no fim de 2020, para ampliar a competição no setor financeiro altamente concentrado, com empréstimos caros e tarifas elevadas para os tomadores.

Com isso e num ambiente de taxas de juros globais perto de mínimas recordes, fundos de capitais de risco estão ampliando a exposição a plataformas tecnológicas de comércio online e de serviços financeiros em escala geométrica e em intervalos cada vez menores no Brasil.

Na semana passada, a plataforma de e-commerce brasileira Nuvemshop anunciou um aporte de 500 milhões de dólares, cinco meses após um outro aporte de 500 milhões de reais.

Com pequenos varejistas e prestadores de serviços engessados pela restrições de contato social, gigantes do e-commerce no país, como Magazine Luiza e Mercado Livre, estão aglutinando milhares de pequenos negócios em seus marketplaces, oferecendo-lhes logística e serviços financeiros.

A Cora, que já captou 152,7 milhões de dólares, estreou em outubro passado oferecendo contas digitais e ferramentas de gestão a empresas com faturamento em média de 4 milhões de reais por ano.

Publicidade

Agora, os novos recursos serão usados em tecnologia, incluindo a contratação ainda em 2021 de mais 80 profissionais, entre engenheiros de software e desenvolvedores, chegando a 250.

Em outra frente, vai deslanchar a recém-lançada prateleira de crédito, usando recursos próprios, como parte das medidas para acelerar a base de clientes, hoje de 130 mil.

“A meta é superar 380 mil clientes ainda neste ano”, disse o sócio-fundador e presidente da Cora, Igor Senra, à Reuters, citando planos de oferecer recebimento de contas por meio de cartões de crédito, antecipação de recebíveis e investimentos.

Segundo o executivo, a lógica de primeiro empregar capital próprio para lastrear os empréstimos é que assim pode oferecer crédito mais barato. Mais tarde, tendo um histórico de baixos níveis de inadimplência, a Cora terá condições de captar no mercado também com taxas menores.

“Queremos combater essa espiral negativa, na qual crédito mais caro acaba gerando maiores atrasos”, disse Senra.

Publicidade

O executivo contou que a fintech planeja abrir o capital daqui a alguns anos, em vez de buscar parcerias com grandes instituições financeiras no país.

Para atingir a meta de expansão, a fintech está fazendo parcerias com escritórios de contabilidade, dividindo com eles parte das receitas com a captação de clientes.