A Fitch Ratings antecipou que a perspectiva de crédito para o setor global de proteína animal será neutra, com o consumo de proteínas permanecendo resiliente devido às características da indústria, afirmou a agência de classificação de riscos em relatório. Os consumidores, no entanto, devem optar por fontes de proteína mais acessíveis, como frango e carne suína, enquanto o consumo de carne bovina pode ser limitado pela oferta restrita.
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Segundo a Fitch, o setor possui espaço limitado para aumento de classificação devido ao ciclo desfavorável do gado nos Estados Unidos, afetando a lucratividade de empresas ligadas ao segmento de carne bovina, como JBS (JBSS3), Tyson (TSNF34) e Marfrig (MRFG3). No entanto, a Fitch projeta que essas empresas melhorarão seus indicadores de crédito graças ao desempenho robusto de proteínas de menor custo (porco e frango), um melhor equilíbrio entre demanda e oferta de proteínas e baixos custos de grãos, resultando em maior fluxo de caixa livre para a maioria delas.
O risco de surtos de doenças permanece significativo para a indústria. Eventos desse tipo podem aumentar os preços no varejo e resultar em restrições de exportação. Surtos anteriores incluem gripe aviária nos Estados Unidos e na Europa, a disseminação da peste suína africana pela Ásia e Europa, e a ocorrência de encefalopatia espongiforme bovina atípica no Brasil. Esses eventos destacam a necessidade de vigilância contínua e preparação dentro do setor. Apesar disso, a maioria das empresas avaliadas pela Fitch possui diversificação geográfica ou de proteínas suficiente para atenuar o impacto desses riscos de saúde.
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A demanda global por proteínas deve permanecer estável em 2024, apoiada pelo consumo de frango e carne bovina, após um aumento de 1,7% em 2023, conforme registrado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O relatório destaca que o USDA projetou que o consumo global de frango irá crescer cerca de 0,4% ao ano, enquanto o consumo de carne suína deve permanecer estável, particularmente devido à demanda reduzida na China em razão da economia enfraquecida do país. Apesar disso, a carne suína continua sendo a proteína mais consumida globalmente, seguida pelo frango e pela carne bovina.
As importações chinesas continuam sendo um fator importante no comércio global, com a China sendo o principal mercado de exportação para a carne bovina brasileira no primeiro trimestre de 2024, detendo 51% do mercado. No entanto, lembrou a Fitch, o USDA antecipou queda de 2,3% nas importações de proteínas pela China em 2024, após um período de estabilidade em 2023.