Com Selic elevada, fundos de renda fixa seguem dominando captação em outubro, que somou R$ 13,9 bilhões, segundo a Anbima. (Imagem: Adobe Stock)
Os fundos de investimento registraram captação líquida de R$ 13,9 bilhões em outubro, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O resultado, segundo os dados da Associação, representa uma desaceleração em relação ao mês de setembro, que apresentou um saldo de R$ 36,6 bilhões. No acumulado de 2025, as captações líquidas totalizam R$ 165,8 bilhões.
O desempenho de outubro, segundo a Anbima, foi impulsionado pela renda fixa, que registrou entrada líquida de R$ 18,7 bilhões – valor porém abaixo dos R$ 52,5 bilhões observados no mês anterior. Em seguida, estão os fundos multimercados com R$ 1,5 bilhão e os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) com R$ 1,1 bilhão.
Na renda fixa, a maior captação foi do tipo de duração livre crédito livre, com R$ 19 bilhões – que na avaliação da Anbima mantém o maior volume captado no ano entre os FIFs, agora na ordem de R$ 130,9 bilhões.
Os fundos de ações, de acordo com o relatório, reduziram o ritmo de resgates, com saídas de R$ 2,1 bilhões, ante R$ 3,7 bilhões em setembro. No acumulado do ano, ambas as categorias seguem com saldo negativo: R$ 55,5 bilhões nos multimercados e R$ 52,8 bilhões nos fundos de ações.
Entre os fundos estruturados, os FIDCs registraram saída líquida de R$ 2 bilhões, acumulando volume de R$ 59,2 bilhões no ano. A maior saída foi do tipo Agro, Indústria e Comércio, da ordem de R$ 2,4 bilhões. Os FIPs, por sua vez, registraram captação positiva de R$ 1,1 bilhão, acumulando volume de R$ 51,1 bilhões no ano.
“A decisão do Copom de manter a Selic elevada continua favorecendo a estratégia conservadora dos fundos de renda fixa. Ao mesmo tempo, a percepção de que o ciclo de alta dos juros chegou ao fim e de que cortes podem estar mais próximos estimulam a recuperação de fundos mais arrojados, como os multimercados”, afirma o diretor da Anbima, Pedro Rudge.
Rentabilidade
Em relação à rentabilidade, o destaque ficou com os fundos de dívida externa, com ganhos de 1,5% no mês. Estes fundos aplicam em títulos do governo brasileiro emitidos no exterior.
Os fundos long and short neutro, que lucram com a diferença de desempenho entre os ativos, independentemente da direção do mercado, lideraram rendendo 2,08%, segundo a Anbima.
Já os fundos do tipo FMP-FGTS, que permitem ao trabalhador usar parte do saldo do FGTS para aplicar em ações de empresas estatais em processo de privatização ou capitalização, tiveram o melhor desempenho, com 3,49% de rentabilidade.