O número de fundos de private equity com atuação no Brasil caiu de 54 para 29 entre os anos de 2012 e 2022, segundo o estudo Brazilian Private Equity Outlook, feito pelo Insper em parceria com a gestora Spectra.
Leia também
Esses tipos de fundos são aqueles que investem diretamente em empresas que não possuem capital aberto.
O valor disponível em caixa para os fundos investirem em companhias, o chamado dry powder, chegou ao menor nível no Brasil nos últimos dez anos, passando a ser de R$ 17 bilhões em 2022. Para se ter uma ideia, a quantia em 2016 era de R$ 27 bilhões, a maior do período analisado pela pesquisa.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Dentre as 29 empresas de private equity operantes no país, três estão no primeiro período de aplicação do fundo e sete não possuem blind pool risk, isto é, são fundos com metas de investimento declaradas. Já as dezenove restantes estão executando aplicações mais avançadas.
Em um período de encolhimento dessa modalidade de investimento, as empresas de tecnologia têm atraído os fundos de private equity, tendo correspondido a 15% dos negócios no segmento em 2020.
Conforme analisado pela pesquisa, entre os anos de 2001 e 2012, os fundos de private equity cresceram de 27 para 54, com ampliação do número de investidores nacionais, enquanto os estrangeiros mantiveram-se estáveis. Os motivos do avanço dos fundos na época foram a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no período, com a valorização das commodities, o aumento do consumo e a expansão do crédito e do poder de compra da classe média.
Entre 2013 e 2016, os fundos não sofreram grandes perdas, mesmo com os fatos revelados pela Operação Lava Jato. O impeachment de Dilma Rousseff e a nomeação de Michel Temer como novo presidente foram interpretados como um sinal de estabilidade política e econômica para empresas de private equity. Mas a Operação Greenfield, deflagrada em setembro de 2016, trouxe desconfianças ao setor, após investigar os desvios de fundos de pensão.
Para o futuro, a previsão é de que os gestores que permaneceram ativos nos últimos dez anos levem vantagem da falta de concorrência para selecionar as melhores ofertas e pagar múltiplos de entrada mais baixos nos novos investimentos. “Com o encolhimento da indústria de private equity, esperamos ver mais oportunidades do que dinheiro disponível para financiá-los”, ressaltam Andrea Minardi, professora do Insper, e Humberto Netto, head de estudos da Spectra, autores do Brazilian Private Equity Outlook.
Publicidade