

A Geração Z deve se tornar a mais numerosa e rica nos próximos anos. Até 2030, de maneira global, terá acumulado US$ 36 trilhões em renda, uma cifra que deve disparar para US$ 74 trilhões por volta de 2040, estima pesquisa do Bank of America (BofA).
A análise indica que a geração vai redefinir o que significa ser um consumidor nos Estados Unidos. Isso porque, dentro dos dados agregados de cartões de crédito e débito do BofA, o crescimento dos gastos por domicílio da geração Z tem sido mais forte do que o da população em geral. Para categorias discricionárias, como entretenimento e viagens, por exemplo, o crescimento dos gastos da Geração Z é notavelmente mais forte, subindo 25,5% em 2025 ante 2024.
Além dos níveis de renda, trata-se de uma geração que também pode ter o maior aumento nos gastos. Até 2030, o BofA prevê que os gastos globais da Geração Z devem alcançar US$ 12,6 trilhões em comparação com US$ 2,7 trilhões registrados em 2024. Dessa forma, os padrões de consumo da Geração Z terão forte influência sobre a economia global.
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Nesse sentido, a pesquisa buscou entender também a capacidade de economizar da Geração Z e mostrou que quase um terço (32%) sente que está atrás de onde seus pais estavam na mesma idade com relação a atingir metas financeiras. “Embora compreenda a importância de economizar, muitos não conseguem reservar tanto dinheiro quanto gostariam”, explica.
Dados internos do BofA mostram que a geração gasta mais do que ganha. Por outro lado, há algumas evidências de que seus integrantes fazem esforços para melhorar sua posição financeira. “Os saldos médios de depósito permanecem bem acima da taxa ajustada pela inflação, embora tenham começado de um nível muito mais baixo”, afirma a pesquisa.
Transferência de renda
O BofA identificou que é esperada uma enorme transferência de riqueza para a Geração Z à medida que os chamados Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) passam seus ativos para as gerações mais jovens. Nesse sentido, as gerações Z e Millennials (nascidos entre 1981 e 1996) estão cada vez mais propensos a tomar decisões chave de gastos e economia.
Super-educados, mas subempregados
Dentre os empregados, a Geração Z tem um crescimento salarial muito maior do que outras gerações, conforme indica pesquisa do BofA. Entre jovens de 18 a 21 anos que não estavam mais no ensino médio em 2022, por exemplo, 57% estavam matriculados em um colégio comunitário ou universidade de quatro anos.
Em comparação, 52% dos Millennials em 2003 e 43% da Geração X (nascidos entre 1965 e 1980) em 1987 estavam matriculados na faculdade na mesma idade. Isso indica que a Geração Z está alcançando maiores níveis de educação em comparação com gerações anteriores.
Por outro lado, há sinais de que o mercado de trabalho está menos robusto. O relatório de empregos de março do Bureau of Labor Statistics, por exemplo, relatou um aumento na taxa de subemprego. Para a Geração Z, isso pode ter implicações de longo prazo na carreira, indica o BofA, acrescentando possíveis impactos para a produtividade dos EUA.
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