O Citi rebaixou a recomendação da Gol (GOLL4) de neutra/alto risco para venda/alto risco, mencionando que os riscos para os acionistas minoritários permanecem elevados. Isto porque as últimas demonstrações financeiras da companhia aérea apresentaram uma dívida líquida pós-conversão acima do esperado e, como resultado, o valor patrimonial da empresa parece ainda mais comprimido após a diluição total dos bônus de subscrição (warrants).
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“Agora que as demonstrações financeiras da Gol do terceiro trimestre de 2023 incluem seus warrants emitidos recentemente, uma análise mais detalhada da estrutura desses conversíveis aponta agora para uma maior alavancagem financeira líquida em comparação com nossas expectativas anteriores”, escrevem os analistas Stephen Trent, Filipe Nielsen, e Jay Singh, em relatório enviado a clientes.
Segundo eles, agora está claro que os 992 milhões de bônus de subscrição emitidos pela Abra (ou 98,4% da emissão total) não devem ser revertidos em nova entrada de caixa da Abra para a Gol. Assim, uma visão simplificada da dívida líquida pós-conversão resultaria em R$ 15,9 bilhões (ou R$ 19,3 bilhões de dívida líquida atual), 26% maior do que o Citi previa anteriormente.
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Operacionalmente falando, contudo, o menor crescimento de capacidade da Gol esperado para 2023 parece positivo, uma vez que a capacidade reduzida pode apoiar as tarifas. Além disso, os ventos favoráveis nos custos de câmbio e de petróleo também podem ser um bom presságio para 2024.
“Embora esses fatores contribuam para um aumento de 9% no Ebitda esperado para o fim de 2024, o valor patrimonial da Gol parece fortemente impactado pela análise final da dívida líquida pós-conversão da companhia aérea. Mantemos nosso múltiplo-alvo de 5,0 vezes o EV/Ebitda esperado para 2024”, afirmam os analistas.
Assim, o preço-alvo para o American Depositary Receipt (ADR) da Gol também foi reduzido pelo Citi, de US$ 3,30 para US$ 3,00, o que corresponde a um potencial de queda de 21,9% sobre o fechamento da última terça-feira, 28.
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