

As preocupações do mercado com as margens do Nubank em cartões de crédito “parecem exageradas”, afirma o Goldman Sachs, em relatório. De acordo com o banco americano, a redução de margem bruta com o produto pode vir acompanhada de um risco mais baixo, o que ampliaria o ganho líquido da fintech com as operações.
“À frente, acreditamos que a margem financeira líquida do Nubank pode ficar relativamente estável, ao mesmo tempo em que um custo de risco ligeiramente menor e uma alavancagem operacional sólida devem continuar impulsionando uma rentabilidade forte”, diz a equipe liderada pelo analista Tito Labarta.
De acordo com ele, os dados do quarto trimestre de 2024 o Nubank foram afetados tanto pela desvalorização do real em relação ao dólar, que reduziu o número que o Nubank consolida no balanço, quanto pela alta dos juros. Os dois fatores se reverteram parcialmente nos primeiros meses de 2025.
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O Goldman afirma que a ampliação do foco do Nu em clientes de alta renda também tende a reduzir as margens do cartão de crédito, mas que é positiva para o custo de risco, o que se traduz em uma rentabilidade mais alta. “Além disso, a companhia tem uma forte alavancagem operacional, o que acreditamos que pode ser o principal gatilho de rentabilidade daqui em diante.”
O banco americano também considera que uma redução no ritmo de crescimento dos depósitos no México e na Colômbia pode trazer contribuição positiva, ao reduzir o ritmo de alta das despesas financeiras atreladas à remuneração dos depósitos. Outro ponto positivo pode vir de uma eventual reaceleração do parcelamento de Pix.
O Goldman projeta que o lucro líquido do Nubank crescerá 37% neste ano e 54% em 2026, e que o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) sairá dos 28,1% vistos no ano passado para 29,5% em 2025 e 32,5% em 2026.