O Nubank mantém o conservadorismo na concessão de crédito diante das condições econômicas adversas, mas deve seguir em crescimento nos próximos meses. A conclusão é do Goldman Sachs, após reunião entre clientes do banco e a equipe de relações com investidores da fintech.
“Embora o tom tenha sido relativamente conservador para o curto prazo, dado o cenário macroeconômico desafiador no Brasil, o cenário de longo prazo para a companhia permanece sólido”, afirma o analista Tito Labarta, em relatório enviado a clientes.
De acordo com ele, a fintech ainda precisa acelerar a concessão na linha de crédito pessoal, em que tem tido mais cautela, dado o risco mais alto. Por outro lado, o relato é de que o Nubank mantém a confiança de que entregará o que prometeu durante a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
“Claro, a redução nos custos de capital com as ‘caixinhas’ e o fim do acordo de ações contingentes do CEO devem compensar o crescimento relativamente mais lento”, comenta o Goldman. “Além disso, ainda pode haver um fator positivo em potencial no crescimento em consignado e em outros empréstimos pessoais com garantias, e as tendências para a qualidade de ativos se mantêm relativamente melhores que as da indústria.”
O analista relata ainda que o Nubank disse não ter aumentado a originação do crédito pessoal, atualmente em cerca de R$ 4,5 bilhões por trimestre. “Dado que empréstimos pessoais são ainda um produto relativamente novo para a empresa, ela ficou mais seletiva com limites, e até os cortou para alguns clientes.”
No começo deste mês, segundo o banco, a fintech aumentou de 4% para 5,5% a taxa mensal do crédito pessoal, e ficou relativamente mais cautelosa. Por outro lado, a inadimplência ficou próxima da estabilidade em novembro, e o quarto trimestre, que a fintech ainda vai divulgar, tende a ser positivo diante da sazonalidade.
Os profissionais do Nubank também destacaram, afirma o Goldman, que a receita média mensal por usuário ativo (ARPAC, na sigla em inglês) tem sido de cerca de US$ 7,90, e que em recortes mais maduros da base de clientes chega a US$ 22. Em clientes que têm a conta, o cartão de crédito e o crédito pessoal, está próximo a US$ 30.
Publicidade
“Embora seja difícil atingir os US$ 40 dos bancos tradicionais com a atual oferta de produtos, o Nubank acredita que pode chegar a ao menos US$ 22 para todos os clientes, e possivelmente até a US$ 30”, comenta o banco americano.