Fachada da Vale (VALE3). Foto: Fabio Motta/Estadão
O Goldman Sachs (GSGI34) avalia que o balanço do quarto trimestre de 2023 da Vale (VALE3) deve gerar uma reação neutra do mercado financeiro. Isso porque o Ebitda recorrente de US$ 6,7 bilhões ficou 4% acima do esperado pelo banco, mas o dividendo de US$ 2,4 bilhões (com rendimento de 4,1%) ficou aquém das expectativas de US$ 3,0 bilhões.
O dividendo abaixo do esperado, na avaliação do Goldman, pode ser parcialmente explicado por uma abordagem mais conservadora do conselho de administração devido a provisões adicionais relacionadas ao acidente da Samarco (e potencialmente mais por vir, à medida que a parceira em joint venture BHP provisionou US$ 3,5 bilhões adicionais, enquanto a Vale provisionou US$ 1,2 bilhão adicional).
O Goldman Sachs enfatiza que o valuation da mineradora continua atraente, embora incertezas envolvendo potenciais provisões adicionais em torno do acidente de Mariana e gastos relacionados à renovação da concessão ferroviária de Carajás, além da suspensão de licença de Onça Puma e de Sossego, possam pesar na cotação da ação até que haja uma melhora na visibilidade.
“Embora acreditemos que o valuation seja atraente e que os investidores pareçam precificar muitos dos riscos recentes, acreditamos que esses overhangs (pressões de baixa) podem pesar no desempenho da Vale até que a visibilidade melhore”, ponderam os analistas Marcio Farid, Gabriel Simoes, e Henrique Marques, em relatório enviado a clientes.
Para 2024, a expectativa do banco é de que a dinâmica dos lucros surpreenda positivamente o mercado, uma vez que o mercado do minério de ferro deve ficar favorável, impulsionado por medidas de flexibilização da política monetária em curso e exportações resilientes na China, além de expectativas de um crescimento morno da oferta.
O Goldman reitera recomendação de compra para Vale, com preço-alvo de US$ 18,50 por American Depositary Receipt (ADR) representando um potencial de alta de 36,9% sobre o fechamento da última quinta-feira (22).