

O Google suspendeu a ferramenta de cotação do dólar de sua página oficial nesta quinta-feira (26). Quem pesquisa pelo nome da moeda americana, não encontra mais o gráfico com a variação da moeda. A medida ocorre após usuários apontarem divergências em relação ao preço do dólar na quarta-feira (25).
No feriado de Natal, a plataforma chegou a exibir a moeda cotada a R$ 6,38. O que gerou dúvidas nos usuários foi o fato de que o mercado doméstico de câmbio estava fechado na data, sendo que o último preço de encerramento do dólar comercial à vista foi de R$ 6,1851, registrado na segunda-feira (23).
O tema gerou polêmicas na internet, com os investidores se questionando sobre a base de dados do Google. O assunto chegou a ficar entre os mais comentados do X (antigo Twitter) e chegou até os ouvidos da Advocacia-Geral da União (AGU), que enviou um ofício ao Banco Central (BC) com pedido de informações sobre a cotação do dólar no feriado.
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“A atuação da Advocacia-Geral da União tem como objetivo combater a desinformação de dados econômicos de grande relevância para a sociedade brasileira”, destaca o advogado-geral da União, Jorge Messias, em nota. “Recentemente, informações de fontes desconhecidas sobre a cotação real do dólar foram novamente veiculadas na plataforma Google. O câmbio Ptax é a cotação oficial no Brasil, não definido nesta quarta-feira pelo Banco Central devido ao feriado”, complementa.
No documento enviado ao BC, a AGU afirma “causar estranheza” que, em pleno feriado de 25 de dezembro, data sem Ptax, ocorra uma disparidade de informações relacionadas à cotação do dólar.
A autoridade pede “máxima urgência na resposta” e faz diferentes questionamentos ao BC, solicitando a cotação do dólar no Brasil na quarta-feira (25) e o valor da moeda americana em outros países na mesma data. A AGU também pergunta se a cotação em mercados estrangeiros é “suficientemente relevante” para impactar o valor da moeda brasileira no feriado.
Ao E-Investidor, o Google disse que não comentará a iniciativa da AGU. “Os dados em tempo real exibidos na busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros. Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações. Mais informações sobre nossas fontes de dados podem ser encontradas neste link“, informou em nota. A empresa também não comentou sobre a retirada da cotação do dólar do buscador nesta quinta-feira (26).
Cotações de outras moedas também não aparecem no Google
Ao acessar o Google Finanças, na parte de Moedas, não é possível encontrar a cotação do dólar em comparação com o real. Já a relação da divisa brasileira com outras moedas, como euro, libra esterlina, iene japonês e dólar australiano, chega a aparecer na barra de pesquisas, mas também não apresenta nenhum gráfico.

As taxas de câmbio e as cotações de criptomoedas são fornecidas ao buscador pela Morningstar, empresa fornecedora de dados de investimento independentes. Ao acessar a plataforma da companhia, é possível visualizar agora uma cotação desatualizada do dólar em relação ao real, relativa às 7h22 desta quinta-feira.
Google já precisou se explicar sobre cotação do dólar
No começo de novembro, o buscador assustou os internautas ao mostrar o dólar cotado acima de R$ 6 em um dia em que a máxima da moeda, na verdade, foi de R$ 5,8619.
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Na ocasião, o Google precisou se explicar, indicando que utiliza dados de terceiros para apresentar a cotação do dólar. “Recursos da busca como o ‘câmbio de moeda’ são baseados em dados de terceiros e, em caso de imprecisões, nós removemos as informações da busca e trabalhamos com o provedor dos dados para ajustá-las o mais breve possível”, indicou a empresa, na época.