

O Google voltou a exibir nesta semana a cotação do dólar e o conversor de moedas em sua plataforma. O retorno acontece cerca de quatro meses depois de o buscador retirar a ferramenta do ar. Na época, a empresa se envolveu em polêmicas por apresentar supostos preços da moeda americana durante o feriado de Natal, quando o mercado doméstico de câmbio estava fechado.
Em nota enviada ao E-Investidor, o Google explicou que está comprometido em oferecer informações precisas e confiáveis. “Em dezembro do ano passado, removemos da Busca o nosso painel de conversão de moedas para o real por conta de dificuldades com nosso provedor de dados terceirizado. O recurso está voltando a ficar disponível para nossos usuários depois de ajustes significativos e salvaguardas adicionais, incluindo o bloqueio de atualizações de dados de conversão aos finais de semana e feriados e a exibição da fonte dos dados”, afirmou a empresa.
Agora, ao conferir a cotação do dólar no Google, o usuário consegue ver com mais clareza a origem das informações. As taxas de câmbio são disponibilizadas ao buscador pela Morningstar, empresa fornecedora de dados de investimento independentes. Nesta página, o usuário pode conferir as fontes que o Google usa para exibir diferentes gráficos do mercado financeiro.

Relembre a polêmica envolvendo a cotação do dólar
Em novembro de 2024, o Google assustou os internautas ao mostrar o dólar cotado acima de R$ 6. Na época, no entanto, a moeda americana ainda não tinha alcançado esse patamar.
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O buscador explicou, na ocasião, que utilizava dados de terceiros para apresentar a cotação do câmbio. Em caso de imprecisões, a empresa afirmou que removia as informações da busca e trabalhava com o provedor dos dados para ajustá-las o mais breve possível.
Em dezembro, novos erros voltaram a chamar a atenção dos usuários. Durante o feriado de Natal, a plataforma chegou a exibir a moeda americana cotada a R$ 6,38. O que gerou dúvidas nos internautas foi o fato de que o mercado doméstico de câmbio estava fechado na data.
O ocorrido chegou até os ouvidos da Advocacia-Geral da União (AGU), que enviou um ofício ao Banco Central (BC) com pedido de informações sobre a cotação do dólar no feriado. A autoridade pediu “máxima urgência na resposta” e fez diferentes questionamentos ao BC sobre o funcionamento do mercado de câmbio.
Em resposta ao ofício, o BC indicou que no feriado de Natal, não houve negociação de dólar nem spot nem futuro, sendo que a cotação oficial do dia era a do fechamento de 24 de dezembro, quando a taxa Ptax ficou definida em R$ 6,1541. A autoridade monetária ponderou, no entanto, que outras moedas têm cotação ativa no feriado de Natal, ainda que com liquidez reduzida por conta da data.
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Com o retorno do BC, a AGU enviou um ofício ao Google recomendando que a empresa adotasse medidas para evitar a “desordem informacional financeira”. No documento, o órgão ressaltou que instabilidades como as que ocorreram podem gerar “decisões de investimento inadequadas e prejuízos materiais, além de comprometer os esforços institucionais de estabilização monetária e a confiança no sistema financeiro nacional.”
Na época, a AGU chegou a indicar três recomendações ao Google. A primeira delas seria disponibilizar a informação de que o Banco Central é, no País, a fonte oficial para a Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro), bem como indicar claramente as fontes ao disponibilizar dados financeiros em sua plataforma, especialmente no que diz respeito às cotações de moedas.
A AGU também pediu que o Google adotasse medidas proativas para a prevenir desordem informacional econômica, incluindo contextualização, revisão dos processos de validação e publicação de informações financeiras, mesmo que advinda de terceiros.
Outra sugestão foi que a empresa reforçasse, em suas políticas internas de relação com usuários, a importância da integridade da informação para a proteção do investidor, “destacando o papel das plataformas digitais na democratização do acesso à informação econômica e na promoção de um ambiente econômico seguro e transparente”.
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Em meio às polêmicas, o Google havia retirado desde o final de dezembro a cotação do dólar de sua página oficial, voltando a exibir a ferramenta apenas em abril de 2025.