O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (1) que o governo precisa avançar em sua agenda de privatização sob o risco de perder apoio, já que foi eleito com essa plataforma, pontuando que os Correios têm o risco de virar uma empresa irrelevante em dois, três anos, bem como a Petrobras.
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Sobre os Correios, o ministro afirmou que grandes varejistas já estão, neste momento, investindo em seus próprios negócios de logística. Já a respeito da Petrobras, ele ressaltou que o mundo inteiro está indo em direção à economia verde.
“O Correios vai ter que virar uma empresa de logística, e pior (do que concorrentes). Vende rápido porque tem o risco de daqui a dois três anos estar irrelevante. Ou vende ou perde valor… Isso se aplica à Petrobras também”, afirmou.
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Discursando em cerimônia de certificação de um indicador de governança de estatais federais, Guedes frisou ser preciso aperfeiçoar a gestão das empresas públicas, mas sem perder de vista a missão de “encaminhá-las para o mercado”.
Ele argumentou que a estatal que era mais bem avaliada em governança foi “assaltada”. “Se a Petrobras foi assaltada, por que não serão as outras?”, questionou, ao reforçar a necessidade de privatizar e transformar o Estado.
Segundo o ministro, o país não está conseguindo tirar petróleo do chão na velocidade necessária para erradicar a miséria.
“A Petrobras está sob risco, daqui a dez, 15, 20 anos o mundo vai fazer a transição para fora do petróleo, vai embora para o carro elétrico, e esse tipo de coisa vai desaparecer”, afirmou Guedes, destacando que “até os Emirados (Árabes) fizeram melhor” em transformar suas reservas de petróleo em riqueza.
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O ministro também pontuou que não faz sentido o BNDES carregar uma carteira de ativos e que esses recursos seriam mais bem empregados em investimentos públicos como ferrovias e rodovias.
De acordo com Guedes, durante a próxima campanha à Presidência o governo irá trabalhar nesses temas, “como erradicar a pobreza, como reduzir o endividamento e baixar as taxas de juros no Brasil, como transformar o capital público”.