O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ser favorável à alteração da meta de inflação do País, adotando uma meta contínua, saindo do modelo de meta calendário (com período de 12 meses para cumprimento, como funciona no Brasil hoje). Em junho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai discutir a meta de inflação para 2026.
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“Sou muito favorável à meta contínua, é muito melhor que meta calendário”, afirmou o ministro, em entrevista à rádio CBN.
Haddad pontuou que diversos países no mundo estão fixando suas metas de inflação entre 2% e 4% e que há uma busca por alongar o horizonte temporal para o atingimento desses números, porque o custo para cumprir essas metas rapidamente é muito oneroso.
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No caso do Brasil, o ministro alertou para os riscos de desorganizar a economia. Para esse ano, a meta de inflação foi fixada em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais e para menos. Para 2024 e 2025, a meta é de 3%, com o mesmo intervalo de tolerância. Em 2021 e 2022, o Banco Central, já sob comando de Roberto Campos Neto, não atingiu as metas de inflação fixadas.
Juros
“Acho que já poderíamos iniciar a recalibragem da taxa de juros”, disse o ministro, ressaltando que respeita a institucionalidade do Banco Central. Ele pontuou que a expectativa de inflação para 2024 já está muito moderada após os esforços da autoridade monetária.
Ainda assim, ele ponderou que, se o BC erra a calibragem nos juros para a contenção da inflação, quem paga é a sociedade. O ministro alertou para não se cair no erro de politizar todas as reflexões que são feitas sobre o trabalho do BC.