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Após cair mais de 17%, Hypera (HYPE3) sobe com proposta da farmacêutica EMS

Mais cedo, papéis sofreram após empresa anunciar descontinuação do guidance para este ano

Após cair mais de 17%, Hypera (HYPE3) sobe com proposta da farmacêutica EMS
Complexo industrial farmacêutico da Hypera, em Anápolis (GO) Foto: Hypera/ Divulgação

As ações da Hypera (HYPE3) operaram com forte volatilidade nesta segunda-feira (21). Depois de caírem mais de 17% pela manhã e liderarem as perdas do Ibovespa, os papéis da empresa fecharam em alta de 1,91%, cotados a R$ 26,16. Os ativos ficaram em segundo lugar entre os mais negociados da Bolsa brasileira, perdendo só para os da Hapvida (HAVP3).

Na sexta-feira (18), a empresa anunciou a descontinuação das suas projeções financeiras (guidance) para 2024, para dar início a um processo de otimização do capital de giro, por meio da redução da política de prazo de pagamento concedida aos clientes.

O objetivo da companhia é incrementar sua geração de caixa operacional potencialmente em R$ 2,5 bilhões até 2028 e em R$ 7,5 bilhões nos próximos dez anos, gerando maior flexibilidade financeira para capturar oportunidades futuras de crescimento orgânico e inorgânico, além de melhorar sua eficiência operacional.

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A decisão não foi encarada de forma positiva pelo mercado. Na visão da XP Investimentos, a alteração da política de prazo de pagamento aos clientes pode limitar o crescimento da Hypera, além de ter um grande impacto na receita e, consequentemente, no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e nos lucros no futuro.

Já o Itaú BBA rebaixou a recomendação das ações da Hypera para market perform (equivalente à neutra), cortando o preço-alvo de R$ 37 para R$ 29 para o final de 2025, o que representa um potencial de valorização de 12% sobre o fechamento da última sexta-feira.

“O movimento inesperado colocou pressão significativa nas previsões da empresa para 2024 e 2025. A sensibilidade do mercado às dinâmicas de curto prazo fez com que os investidores ficassem menos dispostos a pagar antecipadamente por potenciais ganhos de longo prazo”, afirmam os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amâncio, que assinam o relatório do Itaú BBA.

Depois do impacto negativo da decisão anunciada pela companhia, um outro fato passou a mexer com as ações da Hypera nesta segunda-feira: a confirmação de que a empresa recebeu  uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) e de combinação de negócios da NC Farma Participações (EMS).

Por meio de fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia informou que o seu Conselho de Administração tomará providências para a avaliação da proposta, incluindo a contratação de assessores externos. “A empresa comunicará ao mercado em caso de atualizações sobre o tema”, destacou ainda.

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Logo após a publicação do comunicado, as ações da Hypera chegaram a disparar 5%, mas reduziram os ganhos no decorrer da tarde. No mês, os papéis acumulam valorização de 0,15%, enquanto recuam 24,62% no ano.