(Daniela Amorim, Estadão Conteúdo) – A inflação de serviços usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços passou de uma alta de 0,90% em junho para uma elevação de 0,80% em julho. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,48% em junho para um recuo de 4,35% em julho.
Nos serviços, houve pressão em julho das passagens aéreas e alimentação fora de casa, além outros de serviços ligados ao turismo, disse Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
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“O aumento nas passagens aéreas tem a ver com o querosene de aviação, com a questão cambial, teve valorização do dólar frente ao real, e o próprio aumento da demanda”, enumerou Kislanov, acrescentando que houve uma retomada do setor de serviços com a melhora da pandemia.
“Especialmente no mês de julho, (aumentou a demanda por) serviços ligados ao turismo”, disse.
No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 8,73% em junho para 8,87% em julho, a mais elevada desde junho de 2014, quando estava em 9,20%. Já a inflação de monitorados em 12 meses saiu de 11,73% em junho para 5,11% em julho.
“A variação acumulada em 12 meses dos serviços vem aumentando mês a mês”, observou Kislanov. “A demanda tem pressionado principalmente a parte dos serviços”, completou.
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No mês de julho, os itens de maior pressão no IPCA foram leite longa vida (0,22 ponto porcentual), passagem aérea (0,05 ponto porcentual), frutas (0,04 ponto porcentual), plano de saúde (0,04 ponto porcentual) e emplacamento (0,04 ponto porcentual).
“O que puxou alimentos no IPCA de julho foi leite e derivados”, afirmou Kislanov. “A entressafra foi mais forte do que temos visto nos últimos anos aliada a um aumento de custos ao produtor”, justificou.
Na direção oposta, os itens que mais ajudaram a frear a inflação foram gasolina (-1,04 ponto porcentual), energia elétrica (-0,24 ponto porcentual) e etanol (-0,10 ponto porcentual).