A valorização moderada dos índices de ações do exterior e das commodities em dia de agenda esvaziada no exterior é insuficiente para estimular alta do Ibovespa. Além disso, a deflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho menos intensa do que a prevista gera alguma cautela.
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De todo modo, o resultado do IPCA mantém a ideia de desinflação e de início de queda da Selic em agosto. “A deflação do IPCA é algo positivo, reforça a ideia de queda da Selic, mas não necessariamente de meio ponto em agosto, já que mostrou uma queda menor do que a esperada. Nesse ponto, justifica parte da queda do Ibovespa, mas também é bom lembrar que há espaço para realização, após ir para uma região mais consolidada, dos 120 mil pontos”, avalia Paulo Ricardo dos Santos, especialista da Blue3 Investimentos.
O recuo é puxado especialmente por ações de grandes bancos, que tendem a reagir negativamente em meio a expectativas de queda da Selic, em dia de alta dos juros futuros. “Só vejo uma razão que é em função de queda de juros em agosto e próximas reuniões”, avalia Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.
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Além do setor financeiro, destaque para a desvalorização dos papéis da Petrobras, apesar da alta do petróleo no exterior. A estatal solicitou acesso ao virtual data room da Braskem, iniciando assim o processo de due diligence para eventual exercício de tag along ou de direito de preferência na hipótese de alienação das ações detidas pela Novonor na companhia. “Petrobras cai em função da due diligência da Braskem. Abre espaço de a Petrobras comprar a parte da Novonor”, completa Monteiro.
Ontem, o principal indicador da B3 fechou com recuo de 0,80%, aos 117.942,44 pontos, em meio à espera de dados de inflação dos Estados Unidos, além de uma agenda esvaziada. Hoje também há poucas divulgações, o que deixa as atenções dos investidores no IPCA de junho, que saiu há pouco.
“Mercado parece que de alguma forma estava com muita sede ao pote há um tempo. A mensagem de cautela que foi colocada pelo Banco Central e que está por trás disso movimento dos mercados, queda do Ibovespa e que alguns chamaram de erro de comunicação, hoje se justifica. É inegável que o processo de desinflação está acontecendo, mas é preciso cautela”, afirma Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management.
O IPCA teve deflação de 0,08%, um recuo menos expressivo do que a mediana de queda de 0,10% encontrada na pesquisa do Projeções Broadcast, depois de subir 0,23% em maio. Com isso, acumula 3,16% em 12 meses, menor do que o centro da meta que é de 3,25%, mas acima do teto (4,75%) ao ano.
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O investidor fica atento ainda às negociações em torno da reforma tributária. O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), disse que há a possibilidade de a reforma tributária ser ‘fatiada’ durante a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45 na Casa.
No exterior, as bolsas europeias e americanas têm direções divergentes. Há expectativa de que o índice de inflação ao consumidor dos Estados Unidos, o CPI de junho, mostre uma desaceleração amanhã. Isso pressionaria menos o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para subir os juros.
Porém, os ganhos das bolsas são moderados. Já o petróleo subia perto de 1,00%. Depois de recuar mais de 3% na véspera, o minério negociado em Dalian fechou em leve alta de 0,06%, o equivalente a US$ 112,01 a tonelada. As ações da Vale subiam 1,35% às 11h12.
Segundo a Guide Investimentos, as variações modestas refletem a falta de grandes mudanças no cenário para os mercados e com investidores no aguardo de mais um dado-chave CPI de inflação e do início da temporada de resultados corporativos nos EUA.
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“Paralelamente, sinalizações de mais estímulos econômicos na China sustentaram ganhos na sessão asiática e dão força às commodities até o momento. Juros desenvolvidos têm quedas modestas e o dólar perde força na sessão”, avalia a Guide em nota.
Às 11h13, o Ibovespa caía 1,47%, aos 116.281,38 pontos, após ceder 1,90%, na mínima a 115.703,93 pontos. Petrobras caía 1,29% (PN) e -0,60% (ON). Entre os grandes bancos, o recuo era de 2,14% no caso das ações preferenciais do Bradesco PN e de 2,45% para as preferenciais do Itaú Unibanco.