O principal índice de ações brasileiras seguia a tendência amplamente negativa das bolsas internacionais nesta terça-feira (28), diante do maior pessimismo com a China e com a iminência de um ciclo global de aperto monetário para conter a inflação.
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Às 12h07, o Ibovespa tinha baixa de 2,01%, aos 111.302 pontos. O volume financeiro de negócios da sessão totalizava 13,3 bilhões de reais.
Não bastassem os receios de uma quebra da incorporadora Evergrande sobre os setores imobiliário e financeiro, a China passou a preocupar investidores também por questões sobre a oferta de energia, uma vez que restrições ao uso de carvão já começavam a impactar alguns setores da indústria do país. Isso pesava sobre ações de exportadoras brasileiras de metais, incluindo Vale e Usiminas.
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A queda de bolsas de Estados Unidos e Europa adicionava pressão, com a combinação de inflação pressionada e expectativa de aperto monetário pesando sobre as perspectivas de empresários e consumidores.
O rendimento do Tesouro dos Estados Unidos dava um salto, refletindo apostas crescentes de alta iminente dos juros, o que pesava sobretudo nas ações de empresas de alto crescimento, movimento refletido na queda de mais de 1,5% do índice Nasdaq.
Por fim, a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta manhã, mostrou o Banco Central disposto a estender o ciclo de aperto monetário também para conter a escalada de preços, com algumas instituições financeiras, como o Bradesco, sinalizando que pode rever a projeção de Selic, hoje em 6,25% ao ano, até o fim de 2021.
A especialista em ações da Clear Corretora Pietra Guerra também apontou em nota que o cenário político também pesava, com o governo federal sinalizando possível extensão do auxílio emergencial. “Isso traz algumas preocupações em relação aos gastos do governo e como ficará as contas públicas nos próximos anos”, afirmou ela.
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Assim, a queda do Ibovespa só não era maior devido à alta de ações de grandes bancos e de Petrobras, que têm grande peso na composição da carteira.
DESTAQUES
– BANCO INTER perdia 10,8%, seguido por BANCO PAN, com declínio de 6,2%, mostrando o pessimismo com empresas com planos de alto crescimento diante de um cenário de juros em elevação.
– AMERICANAS recuava 6,2%, enquanto MAGAZINE LUIZA tinha retração de 5,1% e GRUPO SOMA cedia 6,4%, com gestores desmontando apostas em companhias de consumo.
– CSN tinha baixa de 4,2%, seguida por USIMINAS, com desvalorização de 4,5%, enquanto VALE era depreciada em 3,2%, pondo fim a uma recuperação desde a semana passada na esteira da recuperação dos preços do minério.
– BRASKEM ia na contramão, subindo 0,75%, após a petroquímica ter anunciado acordo de sua subsidiária Braskem Idesa com a mexicana Pemex para quitar prendências contratuais e para ume terminal de importação de etano.
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– PETROBRAS ganhava 0,3%, apoiada na escalada dos preços do barril do petróleo.
– BRADESCO subia 0,6%. Em relatório, o BTG Pactual reforçou recomendação de compra para as ações do banco, para o qual previu alta de 10% da carteira de crédito em 2022.