Ibovespa acumula alta de pouco mais de 12% em 2025. Foto: AdobeStock
Principal índice da B3, o Ibovespa acumula uma alta de pouco mais de 12% em 2025 até o pregão desta segunda-feira (28), quando passou boa parte da sessão acima dos 135 mil pontos, fechando a 135.015, 02 pontos, em dia de alta de 0,21%, muito próximo de sua máxima histórica de 137.343 pontos, registrada em agosto de 2024. “Apesar da alta forte do últimos meses, o Ibovespa ainda está a 2% da máxima histórica. Em nossa visão, com a melhora da inflação, fim do ciclo de alta da Selic e sinais de moderação na guerra comercial, a alta pode continuar”, diz Fernando Siqueira, head de research da Eleven Financial.
A Eleven trabalha com um cenário base de fim do ciclo de alta da Selic em maio, uma visão otimista. “O maior risco é a inflação continuar elevada e frustrar as expectativas de corte dos juros no curto prazo. Outro risco é a crise comercial entre EUA e China se agravar.”
Correção pela frente?
Na análise técnica, Siqueira alerta para alguns sinais de sobreaquecimento do mercado, o que poderia abrir espaço para uma correção ou acomodação no curto prazo antes de novas altas. “O número de empresas na máxima aumentou sensivelmente ao longo do ano, o que sugere que uma acomodação no curto prazo é possível”. Ele argumenta que 35% das ações estão com um Índice de Força Relativa (IFR) acima de 70 pontos, contra zero no início do ano.
O IFR é um indicador técnico muito usado no mercado financeiro para medir a força de um movimento de preço. Abaixo de 30 indica que o ativo está muito vendido, podendo haver uma reversão para alta. Acima de 70 sugere que o ativo está muito comprado, podendo haver correção para baixo.
Cerca de 45% das empresas do Ibovespa estão na máxima de 52 semanas (um ano), um indicador bastante acompanhado no exterior e que costuma ser olhado pelos analistas locais. Em janeiro esse percentual era zero.
Mais altas acima de 10% para o Ibovespa
A Eleven tem um alvo de 150 mil pontos para o Ibovespa em 2025, o que expressa uma alta de mais 11% ao longo de ano em relação aos preços atuais do principal índice da Bolsa brasileira.
Siqueira diz que todos os setores do Ibovespa vêm apresentando bom desempenho este ano. “O principal destaque negativo é o setor de petróleo, que sofreu com a queda da commodity e com a valorização do Real. Papel & Celulose e Siderurgia & Mineração também tiveram desempenho fraco, impactados pela apreciação do Real”, diz. As small caps estão no grupo que vem registrando altas acima do Ibovespa. “Esse é um grupo mais arriscado e normalmente vai melhor quando as large caps já subiram muito, quando os juros estão caindo.”