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Ibovespa perde força no fim, mas sobe 0,31%, perto dos 110 mil

Índice fechou o dia aos 109.941,46 pontos

Ibovespa perde força no fim, mas sobe 0,31%, perto dos 110 mil
Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

O Ibovespa emendou segundo dia de ganhos e retomou o nível de 110 mil pontos durante a sessão, mas, como ontem, perdeu força em direção ao fim, sem conseguir sustentá-lo no fechamento. A virada no câmbio à tarde contribuiu para que o índice da B3 mudasse de sinal, na contramão do dia negativo em Nova York. No fechamento, a referência mostrava leve alta de 0,31%, aos 109.941,46 pontos, com os três índices de Nova York acentuando perdas no encerramento, acima de 1% na sessão.

Hoje, o Ibovespa oscilou entre mínima de 108.377,51 e máxima de 110.436,98 (+0,76%), saindo de abertura aos 109.599,20 pontos. Na semana, o Ibovespa acumula ganho de 1,72%, cedendo ainda 3,08% no mês, mas passando aopositivo, ainda que levemente, no ano (+0,19%). Após ter sido reforçado ontem pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa, o giro de hoje ficou em R$ 24,9 bilhões.

“Mais cedo, o Ibovespa acompanhava Nova York, onde os índices de ações refletiram a leitura da inflação ao produtor nos Estados Unidos e declarações de autoridade do Fed sobre os juros americanos. À tarde, veio melhora no câmbio, e o alinhamento de Petrobras, Vale e bancos, no positivo, deu suporte ao índice da B3”, diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.

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No fechamento, contudo, acompanhando a piora no fim do dia em Nova York, Petrobras ON (-0,10%) e PN (+0,41%) não mostravam sinal único, enquanto Vale limitava o ganho do dia a 0,21% (ON). Destaque no fechamento ainda para os grandes bancos, com ganhos até 1,89% (Bradesco PN) no encerramento da sessão, embora também moderados em relação aos vistos mais cedo. Na ponta do Ibovespa, CVC (+7,23%), Hapvida (+4,06%) e Petz (+3,69%), com Minerva (-5,72%), Azul (-4,52%) e Cyrela (-4,33%) no lado oposto.

Lá fora, a expectativa do mercado de que o Federal Reserve eleve os juros de referência em 50 pontos-base na próxima reunião, em março, aumentou de 12,2%, ontem, aproximando-se hoje de 20%, por volta do meio-dia, com perspectiva de mais aperto monetário a partir de comentários da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester.

Hoje, Mester defendeu que os juros nos EUA subam acima de 5% e fiquem nessa faixa por “um tempo”. De acordo com a ferramenta do CME, o mercado estima probabilidade de 67,4% de que os juros cheguem ao fim de 2023 neste patamar. Os comentários vieram depois dos resultados do índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA, acima do esperado pelo mercado.

Mester afirmou também que ainda é muito cedo para definir a dimensão do aumento de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), em março. Assim, de olho nos sinais sobre a orientação da política monetária, os principais índices de ações em Nova York encerraram o dia com perdas entre 1,26% (Dow Jones) e 1,78% (Nasdaq), agora sem sinal único no acumulado da semana (DJ -0,51%; S&P 500, sem variação; Nasdaq +1,18%).

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“A sessão foi volátil por conta deste PPI mais alto, indicando que o Fed pode vir mais ‘hawkish’, mantendo os juros em nível elevado por prazo prolongado. Já se fala agora em juros acima de 5% por lá, o que penaliza os ativos de risco, como as ações”, diz Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3.

Em outro desdobramento do dia, o presidente do Fed em St. Louis, James Bullard, afirmou que não descarta apoiar um aumento de juros em 50 pontos-base na reunião de março. Bullard defende elevar os juros para 5,375% o mais rápido possível e revelou que também apoiou aumento de 50 pontos-base na última reunião, assim como Loretta Mester. Ambos, contudo, não têm no momento direito a voto no FOMC.

No quadro doméstico, por outro lado, a antecipação de trechos da entrevista do presidente Lula à CNN e a rápida reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), a primeira de Roberto Campos Neto (BC) com os novos ministros da Fazenda (Fernando Haddad) e do Planejamento (Simone Tebet), contribuíram para a percepção de que o pior momento da fervura em torno do nível da Selic e das metas de inflação possa ter ficado para trás.

Embora seja “um pouco cedo” para dizer que a questão tenha sido superada, o mercado começa a se ajustar à perspectiva de uma “meta (de inflação) mais condizível com o cenário”, observa Harada, da Blackbird Investimentos, o que ficou claro, ontem, nos comentários de gestores de referência, como Rogério Xavier (SPX), Luis Stuhlberger (Verde) e André Jakurski (JGP).

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