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Ibovespa: com piora do humor externo, bolsa cai a 114,8 mil pontos

Na semana, o Ibovespa cede agora 1,33%, limitando o ganho do mês a 4,35%

Ibovespa: com piora do humor externo, bolsa cai a 114,8 mil pontos
Foto: Shutterstock/Immersion Imagery/Reprodução

A piora do humor externo no meio da tarde lançou o Ibovespa em direção a perdas maiores no fechamento desta terça-feira (11), véspera de feriado aqui com mercados que estarão abertos lá fora. Assim, a cautela pré-feriado doméstico ganhou contornos de aversão a risco mais para o fim do dia, quando o Ibovespa perdeu de vez a linha dos 115 mil pontos, atingindo 114.296,52 pontos na mínima da sessão, menor nível desde a abertura de 3 de outubro (110.047,56 pontos), quando o índice da B3 passou a escalar naquele dia seguinte ao resultado do primeiro turno das eleições.

Hoje, nem a melhora parcial e passageira em Nova York em parte da tarde, onde o blue chip Dow Jones chegou a subir mais de 1% (e fechou em leve alta de 0,12%), contribuía para evitar que o Ibovespa emendasse hoje a terceira perda, em queda de 0,96%, aos 114.827,12 pontos no fechamento, com máxima do dia correspondente à abertura, aos 115.927,72 pontos.

O humor externo piorou no meio da tarde, com reflexos aqui especialmente nos juros futuros e no câmbio, mas também na Bolsa, em razão de comentários de autoridade monetária britânica sobre a volatilidade no mercado de lá. Aqui, a aguardada deflação do IPCA em setembro, a terceira seguida, também não foi o suficiente para impedir que a referência da B3 navegasse no negativo desde o início da sessão. Na semana, o Ibovespa cede agora 1,33%, limitando o ganho do mês a 4,35% – no ano, o índice sobe 9,54%. O giro financeiro foi a R$ 31,6 bilhões nesta terça-feira.

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Após ter andado à frente de pares externos na semana passada, com leitura entusiasmada do mercado sobre o resultado do primeiro turno da eleição, o Ibovespa mostra um grau maior de cautela neste começo de nova semana, ainda bem negativa para referências de fora como Nasdaq (-2,12%); FTSE 100 (-1,51%), de Londres; e Hang Seng (-5,12%), de Hong Kong, no menor nível em 13 anos nesta terça-feira, em meio a preocupações sobre liquidez no setor imobiliário chinês.

No exterior, o acirramento das tensões militares no Leste Europeu, as limitações impostas pelos Estados Unidos a componentes eletrônicos direcionados à China e a expectativa, amanhã, para a ata do Federal Reserve também são fatores citados por analistas para justificar a cautela ainda prevalecente. E amanhã, dia quente no noticiário externo, não haverá negócios na B3, no feriado da Padroeira.

Destaque da agenda doméstica nesta terça-feira, a leitura sobre o IPCA, embora positiva para o apetite por risco, ainda divide opiniões com relação ao que projeta para o comportamento futuro dos preços. “O IPCA trouxe a terceira leitura consecutiva de deflação, quadro um pouco mais confortável para a inflação daqui ao fim do ano. Até julho, a inflação em 12 meses estava rodando em patamar de dois dígitos, e conseguiu romper esse patamar, agora a 7,1%, com grande parte desse efeito vindo das medidas de desoneração tributária, principalmente nos combustíveis”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

“Além das medidas tributárias adotadas neste ano, a desaceleração dos preços das commodities internacionais tem contribuído para uma desaceleração do cenário inflacionário brasileiro”, aponta Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

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“A deflação de setembro foi menor do que imaginávamos, com algumas surpresas, como as pressões ainda muito grandes de vestuário, dentro de bens industriais, em nível ainda muito forte, sem ceder, e a parte de serviços ainda disseminada, com números um pouquinho acima do que a gente esperava”, diz Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital.

“A deflação está ainda muito concentrada naqueles grupos iniciais, de gasolina, energia elétrica e depois comunicações – os setores que receberam as medidas tributárias -, e agora entrando parte do grupo de alimentos, notavelmente leite e carnes”, acrescenta. “O resto, a parte de bens industriais e serviços, vemos muito pouco sinal de mudança em relação à inflação.”

“A deflação de 0,29% em setembro ante agosto veio um pouco aquém do consenso, de -0,33% para o mês – esperávamos -0,37% para agosto. Temos uma dinâmica de preços mais arrefecida, um pouco melhor, mas serviços ainda preocupa, embora haja também uma melhora. Problema da inflação ainda existe, mas a qualidade do dado tem melhorado”, diz Victor Candido, economista-chefe da RPS Capital.

Na B3, dando prosseguimento de forma moderada à recente realização de lucros, as blue chips de commodities seguiram em leve ajuste (Petrobras ON -0,97%, PN -0,75%, Vale ON -0,68%), em dia amplamente negativo para as ações de grandes bancos, com destaque para BB (ON -2,40%) e Santander (Unit -2,37%). Na ponta de perdas, Locaweb (-6,92%), Qualicorp (-5,57%), CVC (-5,50%) e Hapvida (-4,11%). No lado oposto, destaque absoluto para Braskem (+20,40%), bem à frente de Raízen (+6,62%), de Rumo (+4,22%) e de Cielo (+1,76%).

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A gestora americana Apollo fez nova oferta pela Braskem, que inclui o fechamento de capital da empresa na B3 e a posterior reabertura na Bolsa de Nova York, antecipou o colunista Lauro Jardim, de O Globo. “Pelo que vimos aqui, houve mais uma proposta, 25% maior do que a anterior, chegando a quase R$ 50 por ação, o que possivelmente abrange a participação de Petrobras. Então, há um ganho enorme em relação à cotação atual do papel, puxando hoje bastante pra cima” os preços da ação da Braskem, diz Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos. Braskem PNA foi o sexto papel mais negociado no pregão.

“Um ponto que tem que ficar de olho é eventual mudança de governo. Caso haja mudança, seria bastante positivo que a venda ocorra antes disso, porque é difícil que um novo governo queira a saída da Petrobras do ativo. Essa é a grande dificuldade do negócio”, acrescenta Meira.

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