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Ibovespa hoje: alívio estimulado na curva de juros dos Estados Unidos

No último pregão de setembro e do trimestre, o Ibovespa já zerou a queda mensal registrada até ontem

(Foto: Daniel Teixeira/Estadão)

No último pregão de setembro e do trimestre, o Ibovespa já zerou a queda mensal registrada até ontem, acompanhando o bom humor internacional. O movimento acontece em meio ao alívio na curva de juros dos Estados Unidos que, nos últimos dias, os rendimentos dispararam, em meio a expectativas de novo aumento do juro básico americano. Depois do PIB do segundo trimestre dos EUA, informado ontem, sugerindo uma pausa na alta dos juros americanos, hoje saíram dados de inflação que corroboraram essa ideia.

O índice de preços de gastos com consumo (PCE) americano, indicador predileto do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) para medir a inflação. O dado registrou alta de 0,4% em agosto na comparação com julho, na comparação com previsão de 0,5%. Na comparação anual, o crescimento foi de 3,5%, como esperado. A renda pessoal nos EUA subiu 0,4% em agosto ante julho, ficando dentro das previsões. Os gastos com consumo também avançaram 0,4% no mesmo período, ante expectativa de 0,5%.

“Depois da pressão abrupta nos Treasuries, os mercados têm alivio bastante influenciados pelo exterior. Aqui tem uma agenda um pouco mais robusta hoje, mas é insuficiente para mudar o percurso do impacto externo”, avalia Ariane Benedito, economista e RI da Esh Capital. Ariane lembra que o PIB dos EUA do segundo trimestre levou ao arrefecimento da curva de juros americana, que parou e levar em consideração o risco de continuidade e alta da taxas básicas pelo Fed.

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“Claro que não se pode descartar novo aumento até o fim do ano mas por ora, para o próxima reunião de política monetária, em novembro, mas o respiro dos Treasuries dá um fôlego”, completa a economista e RI da Esh Capital. Ontem, as bolsas em Nova York fecharam com valorização, em meio ao alívio nos rendimentos dos Treasuries. O Ibovespa quase zerou a queda do mês (-0,01%), ao fechar com elevação de 1,23%, aos 115.730,76 pontos.

O movimento foi considerado uma recuperação técnica por analista. Contudo, ás 11h15, a alta mensal era de 0,76%, depois de cair 5,09% em agosto. Conforme o economista Álvaro Bandeira, ainda é cedo para afirmar que o Índice Bovespa engatou uma tendência de alta. Para ir nessa direção de “alguma consistência”, cita que o indicador precisa retomar a marca entre 116 e 118 mil pontos, e depois ir novamente para os 120 mil pontos. “Depois de um trimestre Ruim, o Ibovespa caminha para um final mais suave, de alívio.

Tenho a convicção de que acontecerá o ali de fim de ano”, estima Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. Ele atribui o desempenho do Índice Bovespa recentemente principalmente a fatores externos. “Só que aqui também não ajuda”, diz. Além do exterior, as dúvidas internas são risco ao Ibovespa, como o temor de que o processo de desinflação estaria sendo interrompido e incertezas fiscais.

Em evento nesta manhã em São Paulo, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que os BCs estão preocupados com sinais de que a inflação parou de cair ou voltou a ganhar força. A parte fiscal é outro fator de preocupação. Hoje, o BC informou que o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou déficit primário de R$ 22,830 bilhões em agosto, ficando menos intenso do que resultado deficitário de R$ 35,809 bilhões de julho e da mediana das expectativas. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,8% no trimestre encerrado em agosto, em linha com a mediana das projeções.

“O mercado trabalho ainda está muito aquecido. Nesta semana vimos o IPCA-15 de setembro com um resultado abaixo do esperado e uma ata contracionista, mas tivemos um sinal muito bom após o encontro entre o presidente Lula e o presidente do BC”, diz Spiess, da Empiricus. Às 11h22, o Ibovespa subia 0,68%, aos 116.513,26 pontos, após avançar 1,01%, aos 116.899,02 pontos.