Governo anunciou mudanças no IOF. Foto: Adobe Stock
O Ibovespa futuro abriu esta sexta-feira (23) em estabilidade, com leve alta de 0,11%, aos 136.550 pontos. As atenções do mercado estão focadas no pronunciamento inesperado feito há pouco pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na capital paulista e em meio a reações negativas dos mercados ao aumento do IOF.
As medidas anunciadas respingaram no principal índice da B3. Na coletiva, Haddad disse que as medidas anunciadas foram duras, mas “corretas”. Tambem informa que a equipe econômica entendeu que valia a pena revisar IOF para evitar especulações. “Não temos problema de corrigir rota, desde que sigamos rumo de cumprir metas fiscais”, afirmou.
Sobre eventuais conversas com o BC sobre as medidas, o ministro comentou que fala com o presidente Gabriel Galípolo frequentemente. “Disse que haveria medidas sobre receita e despesa.”
Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, opronunciamento de Haddad é positivo e tende a acalmar os mercados. “Já tinha aliviado quanto recuo no IOF para aplicação em fundos de investimentos no exterior. Voltar atrás é muito positivo”, diz, completando que quanto ao “caso Galípolo”, Haddad “colocou pingo nos is.”
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na Bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa futuro.
Ibovespa: o que movimentou o mercado na sexta-feira (23)
Tarifas de Trump voltam a pressionar mercados
Os índices futuros de Nova York amenizam as perdas diante de sinais de retomada das negociações tarifárias entre os EUA e seus parceiros comerciais. No entanto, a cautela fiscal persiste, pressionando os juros dos Treasuries e o dólar hoje, em meio à expectativa por declarações de dirigentes do Fed antes do feriado e pela votação no Senado do projeto de orçamento do presidente do país, Donald Trump — um dos motivos para a recente perda do rating “triplo A” dos EUA pela Moody’s.
Em meio às movimentações nos mercados, os EUA e a China tiveram o primeiro contato telefônico oficial desde a suspensão das tarifas, e Trump conversou hoje com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, sobre a ida do ministro asiático da Revitalização Econômica, Akazawa Ryosei, a Washington para uma nova rodada de negociações comerciais.
A União Europeia (UE) e os EUA planejam conversa hoje sobre tarifas comerciais em meio a divergências. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que as ameaças comerciais dos americanos podem ser oportunidade para as relações entre Canadá e o bloco europeu.
As bolsas europeias hoje sobem majoritariamente, impulsionadas por dados positivos da Alemanha — cujo Produto Interno Bruto (PIB) foi revisado para cima — e do Reino Unido, onde o varejo superou expectativas.
Commodities: petróleo opera em incerteza e minério tem leve queda
Os contratos futuros do petróleooperam com indefinição após perdas recentes, quando foram pressionados por temores de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) implemente um novo grande aumento em sua produção em julho, em um momento em que o mercado já enfrenta excesso de oferta.
Na manhã desta sexta-feira (23), o barril do petróleo WTI para julho subia 0,05% na Nymex, a US$ 63,95, enquanto o do Brent para agosto tinha alta de 0,10% na ICE, a US$ 61,26.
Ainda entre as commodities hoje, o ADR (recibo que permite que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) do Itaú (ITUB3; ITUB4) também recuava 0,91%; enquanto o da Petrobras (PETR3; PETR4) cedia 0,76%, pressionado também pelo petróleo fraco, e o da Vale (VALE3) subia 0,52%, apesar da perda de 1,31% do minério de ferrona China.