Ibovespa hoje; mercados acompanham IGP-M, fala de diretor do Fed e nova tentativa de venda do Banco Master
A agenda de hoje concentra atenções no IGP-M, no leilão do Tesouro e no discurso de Michael Barr, enquanto o investidor ainda reage ao avanço das negociações para a venda do Master
Ibovespa Hoje acompanha a segunda prévia do IGP-M, o leilão do Tesouro, a fala de Michael Barr e os desdobramentos da nova tentativa de venda do Banco Master, após um pregão marcado por volatilidade. (Imagem: Adobe Stock)
A terça-feira (18) começa com uma agenda econômica enxuta, mas com pontos suficientes para direcionar o humor dos mercados depois de um pregão anterior marcado por volatilidade e notícias corporativas de peso. No Brasil, a segunda prévia do IGP-M de novembro concentra a atenção dos analistas. O indicador é sensível ao atacado e costuma antecipar pressões de preços, especialmente em um momento em que a trajetória da inflação ainda divide as apostas das mesas de operação.
A manhã também traz o IPC da Fipe e as leituras regionais do IPC-S, que ajudam a compor o mosaico doméstico antes do leilão do Tesouro Nacional e das operações rotineiras do Banco Central no câmbio e na liquidez. Com poucos dados relevantes no radar, o mercado tende a calibrar juros longos e expectativas de inflação observando o comportamento das curvas globais.
No exterior, a agenda também vem esvaziada. O destaque fica para a participação de Michael Barr, diretor do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), em um evento acadêmico. Em meio ao debate sobre a profundidade do ciclo de cortes nos Estados Unidos, qualquer nuance no discurso de Barr pode alterar projeções para os Treasuries e, por tabela, para ativos de risco.
O investidor local começa o dia ainda digerindo os acontecimentos da segunda-feira (17), principalmente o anúncio de uma nova tentativa de venda do Banco Master, que reacendeu discussões sobre riscos no sistema financeiro fora dos grandes bancos e sobre a capacidade de absorção de passivos delicados.
Agenda do dia — terça-feira, 18 de novembro
Indicadores no Brasil • 05h00 — Fipe: IPC da segunda quadrissemana de novembro, projeção de 0,24 por cento • 08h00 — FGV: IPC-S Capitais da segunda quadrissemana, aceleração em seis das sete capitais pesquisadas • 08h00 — FGV: IGP-M do segundo decêndio de novembro, projeção de queda de 0,38 por cento
Eventos no Brasil • 11h00 — Leilão do Tesouro: NTN-B para 2030, 2035 e 2060 e LFT para 2028 e 2031 • 11h30 — Banco Central oferece até 45 mil contratos de swap cambial • 12h00 — Banco Central oferta até 5 bilhões de reais em compromissadas de três meses
Exterior • 05h30 — BCE: Pedro Machado participa de conferência sobre supervisão bancária • 08h30 — Chile: PIB do terceiro trimestre, projeção de 2,5 por cento em comparação anual • 10h00 — Reino Unido: Huw Pill discute política monetária • 12h00 — Estados Unidos: Encomendas à indústria de agosto e índice NAHB de confiança das construtoras • 12h30 — Estados Unidos: Diretor do Federal Reserve Michael Barr participa de evento • 13h00 — Colômbia: PIB do terceiro trimestre, projeção de 2,8 por cento em comparação anual
O que mexeu com o mercado no pregão anterior, 17 de novembro
A nova tentativa de venda do Banco Master
A Fictor anunciou ter firmado um acordo para adquirir o Banco Master em conjunto com um grupo de investidores dos Emirados Árabes Unidos. A holding afirma que o consórcio administra mais de US$ 100 bilhões em ativos, embora não tenha identificado os participantes. O pacote de aquisição inclui um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar o capital do Master e depende da aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Esta é a segunda tentativa de venda do banco neste ano. O BRB havia anunciado em março a compra de 58% do capital, em um negócio de 2 bilhões de reais, mas a operação foi vetada pelo Banco Central em setembro. O novo acordo prevê mudanças na diretoria estatutária, a formação de um novo conselho de administração e a adoção do nome Banco Fictor após a conclusão das etapas regulatórias. O consórcio também pretende assumir a totalidade das ações de Daniel Vorcaro e nomear um novo presidente.
O Master permanece sob escrutínio devido ao volume de Certificado de Depósito Bancário (CDB) de alta remuneração que distribuiu no mercado, alguns com pagamento de até 140% do Certificados de Depósitos Interbancários (CDI), além de emissões adquiridas por fundos de previdência de servidores públicos. Esses passivos levantam dúvidas sobre a capacidade de cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e sobre o impacto potencial em caso de deterioração adicional. O banco não divulga balanços desde março, o que adiciona incerteza ao cenário.