O Ibovespa hoje abriu em estabilidade, em leve queda de 0,02%, aos 122.454 pontos nesta sexta-feira (24). A abertura de negócios ocorre de olho na prévia da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – veja aqui os principais assuntos do dia.
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O principal índice da B3 hoje pode se divididir entre o IPCA-15 acima do esperado em janeiro e o sinal de abrandamento dos Estados Unidos em relação a tarifas para produtos chineses. Na véspera, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que preferiria não punir produtos chineses com tarifas. “Eu preferiria não ter que usar as tarifas, mas é um poder enorme sobre a China”, disse à Fox News.
A fala do presidente republicano gerou reação nos mercados globais, que operam mistos com a forte valorização do yuan negociado em Xangai e dólar fraco ante moedas principais e várias emergentes ligadas a commodities.
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Já na comparação com o real, a moeda americana abriu esta sexta-feira em queda de 0,40%, negociada a R$ 5,9019. O dólar caiu nas últimas quatro sessões, acumulando baixas de 2,31% na semana e de 4,12% no mês, o que faz o real ter o melhor desempenho entre as principais divisas globais em janeiro.
Além disso, o recuo do dólar ante o real tende a pesar em papéis de exportadoras ainda que o sinal sobre a China seja positivo. Às 10 horas (de Brasília), a moeda americana caía 0,40%, a R$ 5,8949.
Os juros futuros avançam, o que pode penalizar ações mais sensíveis ao ciclo econômico. O movimento vai na contramão do dólar e rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana) mais fracos no exterior.
O que movimenta o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, segue mexendo com os mercados. O yuan negociado em Xangai se valoriza fortemente após ele dizer que preferiria não punir produtos chineses com tarifas. “Eu preferiria não ter que usar as tarifas, mas é um poder enorme sobre a China”, disse à Fox News.
O dólar se mostra mais fraco em geral no exterior. Já as bolsas operam mistas, com europeias em alta após dados da região e futuros de Nova York no vermelho.
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O euro ampliou ganhos ante o dólar após o PMIs da zona do euro e da Alemanha terem vindo acima do esperado. A libra passou a subir mais após o PMI composto do Reino Unido também superar as expectativas.
O dólar cai ante o iene após o Banco do Japão (BoJ) elevar sua principal taxa de juros de 0,25% para 0,50% ao ano, como estimado. A Capital Economics considera que o BoJ deixou a porta aberta para apertos adicionais. Os mercados também estão à espera de manutenção dos juros pelo Fed na próxima quarta-feira.
IPCA-15
A prévia da inflação, medida pelo IPCA-15, subiu 0,11% em janeiro ante alta de 0,34% em dezembro segundo dados recém-divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,50%.
O resultado veio acima das previsões do Projeções Broadcast, que apontava queda de 0,01%. O intervalo de previsões ia de queda de 0,12% a elevação de 0,24%.
O dado não deve alterar a perspectiva para o Copom na próxima semana. Uma ampla maioria no mercado aposta em mais uma alta de 100 pontos-base da Selic, para 13,25%, em linha com o forward guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado) do Banco Central (BC).
Commodities
O minério de ferro fechou em alta de 0,69%, cotado a 806,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 110,65 nos mercados de Dalian, na China. Já o petróleo ensaia recuperação em meio à fraqueza do dólar. Os barris da commodity sobem 0,47% (WTI) e 0,56% (Brent).
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) saltavam 1,21% no pré-mercado de Nova York por volta das 10 horas (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 0,29% no mesmo horário.
Mercado brasileiro
A reunião do governo para discutir os preços dos alimentos pode mexer com o humor do mercado, em meio a ruídos recentes de comunicação.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, descartou na quinta-feira (23) a criação de uma rede de abastecimento popular como forma de diminuir o preço dos alimentos. “O governo não vai criar rede popular de alimentos, nem congelar preços, nem criar subsídios”, disse, o que pode repercutir no Ibovespa hoje.
*Com informações do Broadcast