Discussões sobre alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e tributação de ativos de renda fixa hoje isentos de Imposto de Renda (IR) também estiveram na pauta do dia. O Tesouro fez ainda leilões de LFT e NTN-B, às 11h.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta terça-feira (10) que o governo vai elevar a alíquota dos Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20%. Essa medida, segundo ele, não estava na apresentação feita aos líderes da Câmara e do Senado no domingo (8), mas foi sugerida pelos próprios parlamentares por uma questão de justiça tributária. Essa matéria já foi enviada pelo governo ao Legislativo e está parada no Congresso – saiba mais nesta matéria.
Ações da Gol despencam fora do Ibovespa; BB cai no índice da B3
As ações da Gol (GOLL4) despencaram 13,01%, fora do Ibovespa, na maior baixa do mercado. Mesmo com a queda de hoje, o ativo acumula alta de 20,22% nos últimos 30 dias. Para o sócio da Fatorial Invest, Fábio Lemos, os investidores minoritários estão em fuga do papel porque serão diluídos pelo aumento de capital da empresa.
Destaque da sessão entre as blue chips, a Petrobras conseguiu sustentar alta de 3,65% na ON e de 3,02% na PN, mesmo com a perda de força do petróleo em Londres e Nova York ao longo da tarde, com o Brent e o WTI em baixa nos respectivos fechamentos após terem chegado a subir mais de 1% até o início da etapa vespertina.
As empresas de petróleo “juniores”, como Brava (+3,29%) e PetroReconcavo (+3,49%), também foram bem até o fechamento, a despeito da virada nas cotações da commodity. “Foi apenas um ajuste mesmo de preços nas ações do setor na sessão desta terça-feira”, diz Hugo Queiroz, sócio da L4 Capital. Ele acrescenta que, ontem, os papéis do segmento tinham sido afetados pela possível alteração na tributação do segmento, como proposta alternativa ao aumento de IOF inicialmente proposto pelo governo, mas de saída rejeitado pelo Congresso. “O governo vai precisar dos royalties do setor, então isso pesou”, observa Queiroz.
Na B3, Vale ON, a principal ação da carteira, também foi bem, em alta de 0,68% no encerramento, apesar do recuo do minério de ferro na China e em Cingapura. Entre os bancos – ainda sob o peso de mudanças indicadas pelo governo para a tributação de JCP no âmbito do pacote -, Bradesco ON (+0,15%) e Santander (Unit +0,28%) foram as exceções, ainda que o ajuste negativo tenha sido moderado, entre -0,06% (Bradesco PN) e -0,87% (Banco do Brasil ON) no fechamento.
Bolsas do exterior sob expectativa de negociações entre EUA e China
As bolsas da Europa fecharam sem direção única, enquanto os de índices de NY subiram em mais uma sessão atenta aos desdobramentos das tratativas entre Estados Unidos e China para questões comerciais, que estão ocorrendo esta semana em Londres. Aguardando maiores informações, as perspectivas para a postura do Banco Central Europeu (BCE) ficaram em segundo plano, apesar de uma série de declarações de dirigentes da região. Em destaque estiveram petroleiras, que ganharam impulso ao longo do dia acompanhando a alta nos preços internacionais do petróleo. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,08%, a 553,71 pontos.
Em Frankfurt, o DAX encerrou em baixa de 0,58%, a 24.034,09 pontos. Por outro lado, com alta de 3,11% da petroleira Shell, o FTSE 100 subiu 0,24%, a 8.853,08 pontos, em Londres. Em Lisboa, o PSI 20 avançou 0,94%, a 7.495,22 pontos, com ganhos de 2,32% da Galp. Em Paris, o CAC 40 subiu 0,17%, a 7.804,33 pontos. Em Madri, o Ibex35 avançou 0,06%, a 14.259,40 pontos. Já o FTSE MIB recuou 0,63%, a 40.207,57 pontos, em Milão.
IPCA de maio
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% em maio, ante alta de 0,43% no mês anterior. Em 2025, acumula alta de 2,75%, enquanto o indicador mostra avanço de 5,32% em 12 meses. Para Frederico Figueiredo, assessor de investimentos da Miura Investimentos, esse número é uma notícia positiva, por vir abaixo das expectativas enquanto o mercado discute o fim do ciclo de alta da taxa Selic. O cenário favorável tem ainda o suporte dos números de atividade econômica e de mercado de trabalho que vieram fortes.
“Achamos que foi efeito da queda do preço do petróleo e da queda na cotação do dólar. Faz tempo que o mercado espera (ou torce) por essa melhora, já que a taxa de juros está em níveis muito restritivos (altos). A continuidade dessa tendência de baixa na inflação seria muito positiva para os preços das Ações na bolsa e para os investidores que alocaram em prefixados”, avalia Figueiredo.
Petróleo cai, enquanto dólar sobe
Os contratos futuros do petróleo perderam fôlego no fim da sessão e fecharam a terça-feira em queda moderada, enquanto investidores aguardam que um alívio em tensões comerciais melhore a perspectiva para a demanda pela commodity. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para julho caiu 0,47%, fechando a US$ 64,98 o barril. O Brent para agosto, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,25%, para US$ 66,87 o barril.
O dólar hoje teve leve alta de 0,14%, a R$ 5,5704. Na véspera, a moeda fechou em baixa de 0,13% a R$ 5,5625, no menor nível de encerramento desde 8 de outubro de 2024, então a R$ 5,5328.
*Com informações do Broadcast