Os índices de ações em Nova York avançaram, em meio a balanços e de olho nas negociações comerciais dos EUA, com a proximidade do prazo de vigência das tarifas em 1º de agosto.
Aqui, ficaram expectativas de conversas formais que levem a uma solução para o tarifaço de 50% imposto pelos EUA ao Brasil. “Lá fora o movimento também foi contido. Foi um dia de maior cautela. Investidores estão se preparando para a semana que vem, quando haverá balanços de grandes empresas, decisões sobre juros no Brasil e nos EUA. Os comentários dos bancos centrais serão fundamentais para os próximos meses, dada a incerteza com tarifas”, avalia Mateus Spiess, analista da Empiricus Research.
Na véspera, o Ibovespa fechou em baixa de 1,15%, aos 133.807,59 pontos. O índice ainda acumulou alta de 0,11% nesta semana, após queda de 2,06% na anterior.
Quanto à imposição de tarifas de 50% pelos EUA ao Brasil, a diplomacia brasileira vê sinais de trégua nas tensões comerciais. O Brasil propôs ampliar os laços comerciais com os EUA, com metas como dobrar o comércio bilateral em cinco anos e firmar um acordo de bitributação.
Ibovespa hoje: os destaques desta sexta-feira (25)
Operação do dólar hoje
O dólar hoje fechou em alta de 0,76% cotado a R$ 5,5619. Confira aqui a operação da moeda americana ao longo do dia. “A cautela permanece ainda entre investidores devido às incertezas nas negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre tarifas, mantendo o mercado em compasso de espera até uma definição mais clara do quadro comercial”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
Agenda econômica do dia
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de julho foi o principal indicador da agenda econômica desta sexta-feira (25). Foram acompanhadas também no Ibovespa hoje as encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos, que caíram 9,3% em junho ante maio, a US$ 311,8 bilhões, segundo dados publicados hoje pelo Departamento do Comércio do país. Analistas consultados pela FactSet previam queda maior, de 11,0% no período.
Ainda na agenda econômica doméstica desta sexta-feira, a entrada líquida de Investimentos Diretos no País (IDP) somou US$ 2,810 bilhões em junho, informou o Banco Central. O resultado ficou abaixo do piso da pesquisa Projeções Broadcast, cujo intervalo ia de US$ 3,40 bilhões a US$ 5 bilhões, com mediana de US$ 4,70 bilhões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o programa Novo PAC Seleções 2025 Periferia Viva – Urbanização de favelas, em Osasco (SP).
A Usiminas (USIM5) e o First Citizens BancShares publicaram balanços trimestrais, antes da abertura dos mercados – confira o calendário completo de balanços. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu a bandeira tarifária de energia para agosto.
Bolsas reagem a acordos EUA-UE e balanços corporativos
As bolsas de valores ocidentais ficaram sem direção definida nesta sexta-feira, com investidores atentos às negociações tarifárias entre EUA e União Europeia, além de balanços corporativos e dados econômicos.
As bolsas da Europa fecharam mistas, com a temporada de balanços apresentando resultados diversos, enquanto seguem as expectativas por um acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia.
Os índices de ações em Nova York avançaram, com S&P 500 e Nasdaq renovando recordes, após o desempenho misto de Wall Street no último pregão.
Nos EUA, os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) caíram e o dólar hoje avançou frente a pares fortes. O tom mais moderado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também contribuiu para o ambiente mais ameno.
Na Ásia, bolsas recuaram com realização de lucros após altas recentes impulsionadas pelo acordo entre EUA e Japão.
IPCA-15: prévia da inflação cresce em julho
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,33% em julho, após ter avançado 0,26% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado anunciado hoje, o IPCA-15 registrou um aumento de 3,40% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 5,30%, ante taxa de 5,27% até junho.
Commodities hoje: petróleo recua, minério fecha em queda
Os contratos futuros do petróleo operam em alta moderada, ampliando ganhos da sessão anterior, à medida que otimismo de que os EUA e a União Europeia eventualmente fecharão um acordo comercial se sobrepõe à expectativa de maior oferta de petróleo venezuelano. Nesta tarde, o barril WTI para setembro recuava 1% a US$ 65,37, enquanto o Brent para o mesmo mês caía 0,81% a US$ 68,63.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para setembro de 2025, acelerou as perdas nesta sessão e fechou em queda de 1,11%, cotado a 802,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 112,16.
O que mexeu no Ibovespa hoje sob o pano de fundo das tarifas
O mercado local acompanhou a indefinição sobre as tarifas entre EUA e Brasil, enquanto analistas monitoraram o IPCA-15 de julho e os dados das contas externas.
A diplomacia brasileira vê sinal de trégua nas tensões, e o vice-presidente Geraldo Alckmin informou ter conversado no último sábado com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, para tentar reverter a tarifa de 50% prevista para 1º de agosto sobre produtos brasileiros.
O Brasil propôs ampliar os laços comerciais com os EUA, incluindo a meta de dobrar o comércio bilateral em cinco anos e firmar um acordo de bitributação.
Alckmin articula frente diplomática e atualizações diárias sobre tarifas
Alckmin também destacou o potencial dos minerais críticos, mas não confirmou negociações específicas sobre o tema. Segundo ele, as tratativas seguem por meios institucionais de forma reservada e, a partir de segunda-feira (28), o governo divulgará atualizações diárias sobre o tema.
Esses e outros dados do dia ficaram no radar de investidores e impactaram as negociações na Bolsa de Valores brasileira, influenciando o Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Silvana Rocha e Luciana Xavier, do Broadcast