

O Ibovespa hoje encerrou em forte queda em dia de cautela nos mercados, após os Estados Unidos anunciarem novas tarifas à China, impulsionando a guerra comercial. Nesta quinta-feira (10), a principal referência da B3 tombou 1,13% aos 126.354,75 pontos.
A Casa Branca confirmou que as tarifas dos EUA sobre importações chinesas somam 145%, e não 125%, como havia sido anunciado pelo presidente Donald Trump. Em resposta às medidas de retaliação da gigante asiática, o governo americano havia elevado as taxas para 125%, substituindo a taxa anterior de 84%. No entanto, a nova alíquota se soma aos 20% já vigentes antes das tarifas recíprocas, o que faz a carga tributária total americana sobre importações aos país asiático chegar a 145%.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que a política comercial de Trump representa um “choque estagflacionário” para a economia americana, ao atingir o duplo mandato do BC dos EUA: inflação na meta e pleno emprego. “Há medo de a inflação ficar fora do controle, como ocorreu em 2021”, disse Goolsbee.
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Após o anúncio comercial, os principais índices de NY recuaram: enquanto o Nasdaq derreteu 4,31%, o S&P 500 e o Dow Jones caíram 3,46% e 2,50%, respectivamente. As bolsas da Europa, por outro lado, registraram forte recuperação, embaladas pelo alívio trazido pela suspensão temporária das tarifas recíprocas acima de 10% para países que não retaliaram os EUA, uma medida que beneficiou diretamente a União Europeia.
Mesmo com os ganhos, os principais índices de Frankfurt, Paris e Lisboa terminaram nas mínimas do dia. Em Londres, o FTSE 100 avançou 3,04%, aos 7.913,25 pontos. O CAC 40, de Paris, subiu 3,83%, para 7.126,02 pontos, mínima do dia, enquanto o Ibex 35, de Madri, ganhou 4,3%, aos 12.307,60 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve alta de 2,41%, a 6.404,79 pontos. Já o FTSE MIB, de Milão, avançou 4,73%, aos 34.277,09 pontos. O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, subiu 4,53%, para 20.562,73 pontos, na mínima intradiária.
Por aqui, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) valorizaram 4,5% e ficaram entre os maiores ganhos da sessão, em meio à postura cautelosa do mercado em relação ao acirramento da tensão entre a China e os EUA. Para Artur Horta, da GTF Capital, dados de inflação divulgados hoje mostraram arrefecimento da inflação nos dois países que, aliados à queda das commodities, sobretudo do petróleo, favorecem um arrefecimento da inflação no Brasil, de forma que fica mais fácil visualizar um corte da taxa Selic. “Algumas políticas microeconômicas implementadas recentemente, como o consignado privado e liberação de FGTS, também melhoram essa conjuntura favorável que tem se criado para as ações da Magazine Luiza e outras varejistas”, explica Horta.
Do lado oposto, os papéis da Prio (PRIO3) tombaram 8,13% e registraram a maior baixa do Ibovespa hoje, puxadas pelas perdas do petróleo. Outras empresas do setor também sofreram no índice, como é o caso da Petrobras: enquanto os ativos ordinários cederam 6,49% (PETR3), os preferenciais (PETR4) caíram 6,22%.
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No mercado de câmbio doméstico, o dólar hoje subiu 0,88% a R$ 5,8988, depois de abrir em alta de 0,22%, a R$ 5,8604.
*Com informações do Broadcast