O viés de alta da maioria das bolsas em Nova York e a elevação do petróleo e do minério de ferro estimulam o Ibovespa, após ter fechado na segunda-feira (17) em queda de 0,44%, aos 119.137,86 pontos.
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Além do exterior, as ações da Petrobras garantem o movimento para cima do Índice Bovespa, após o acordo da estatal com a Receita, para encerrar litígios da empresa no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). Para alguns analistas, o acordo é bem visto tanto para a empresa quanto para a parte da arrecadação do governo, no curto prazo.
Segundo o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, do ponto de vista fiscal, a notícia não deve alterar a expectativa de déficit primário entre 0,7% e 0,6% do PIB em 2024, mas é positiva para a Petrobras, por ter resolvido o impasse.
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Após cair 0,22%, na mínima aos 118.872,22 pontos, o principal indicador da B3 adotou tendência de alta, em meio a possibilidades renovadas de cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos neste ano. O mercado manteve probabilidade majoritária de início dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, ampliando margem de diferença em relação a chance de manutenção dos juros, conforme ferramenta de monitoramento do CME Group.
O movimento ocorre após a divulgação de dados divergentes de varejo e indústria nos EUA em maio. “Aqui, segue o exterior, diante da melhora de percepção em relação a recuo dos juros americanos”, diz Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos.
Apesar da alta, o movimento nesta terça-feira (18) não indica ser tendência. Isso porque persistem os problemas fiscais no Brasil. Após reunião na segunda-feira (17) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a equipe econômica avalia conduzir a agenda de revisão de gastos por “dois corredores”: um de curto prazo, para medidas com efeito imediato, que não dependam de negociação com o Congresso, e outro para ações um pouco mais estruturantes, de longo prazo, ou que precisem de aval do Legislativo.
Nesta terça-feira (18), a agenda de indicadores está esvazia e os investidores adotam certo compasso de espera pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (19). A expectativa majoritária é que a taxa Selic seja mantida em 10,50% ao ano e o Banco Central (BC) sinalize fim do ciclo de baixa.
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Contudo, gera expectativa a votação dos diretores do Copom, depois dos votos divergentes do encontro passado, perto do fim do mandado do presidente Roberto Campos Neto.
Aliás, nesta manhã o presidente Lula foi taxativo em novas críticas a Campos Neto. À rádio CBN, disse que a economia do País está indo muito bem e vai fechar o ano com bons resultados. Contudo, afirmou que há uma coisa desajustada no Brasil: “o comportamento do Banco Central”.
Segundo ele, o presidente do BC não demonstra “nenhuma capacidade de autonomia, tem lado político e trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o País.”
Para o economista Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, a entrevista não trouxe novidades. “Nada mudou em relação ao que ele tem feito nos últimos tempos e a carga contra o Roberto Campos Neto foi absurda”, observa.
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“Joga para a plateia, é sempre assim, não mudou.” Além das críticas ao presidente do BC, Lula disse estar disposto a discutir sobre desoneração da folha de pagamentos com empresários, voltando a afirmar que a obrigatoriedade de apresentar alternativa de compensação não é do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Fez dura crítica a empresários, ao dizer que não faz sentido dar benefício e não ter contrapartida, indicando que poderá revisar alguns benefícios, o que seria bem visto”, avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Para Costa, da Monte Bravo, as falas de Lula foram inconclusivas no sentido de indicar onde o governo fará corte de gastos. Segundo o economista, por mais que o presidente sinalize disposição a ouvir, mantém discursos anteriores de que não pretende diminuir despesas em áreas sociais. “Foi algo mais em defesa do governo”, avalia.
Às 11h28, o Ibovespa subia 0,35%, aos 119.554,69 pontos, depois de tocar máxima de 120.108,98 pontos, em alta de 0,82%. Petrobras avançava entre 1,84% (PETR3) e 1,75% (PETR4). Vale, por sua vez, tinha elevação de 0,60%. Papéis de grandes bancos também avançavam, com exceção de Banco do Brasil (BBAS3) (-0,64%). Destaque para CSN (CSNA3), que subia 11,50%, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatar recurso da CSN em disputa bilionária com o grupo Ternium.