As ações da Petrobras operam em queda de 1,56% (PETR3) e de 0,84% (PETR4), negociadas a R$ 43,45 e R$ 41,27 respectivamente, às 13h04 desta terça-feira (14). Os papéis reagem após a divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre.
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A Petrobras fechou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, 37,9% a menos do que há um ano. A receita de vendas no período caiu 15,4%, para R$ 117,72 bilhões, e o Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos), que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, ficou em R$ 60 bilhões no primeiro trimestre de 2024, queda de 17,2% contra igual período de 2023, e recuo de 10,2% em relação ao quarto trimestre de 2023.
O Citi já esperava uma reação negativa do mercado, mencionando que o balanço veio abaixo do esperado e reiterando visão mais conservadora sobre a tese por conta de: risco de alocação de capital, tendência de preços de petróleo mais fracos e menor rendimento de dividendos e fluxo de caixa livre para a empresa (FCF).
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O Ebitda ajustado recorrente de US$ 12,4 bilhões da Petrobras (-17% na comparação trimestral, -15% ante um ano) ficou 6% abaixo das estimativas da XP, enquanto o lucro líquido de US$ 4,8 bilhões ficou em linha (-2% ante a previsão da casa). Apesar dos números mais fracos do que o esperado, a casa destaca que a estatal continua gerando fluxo de caixa livre substancial.
A empresa ainda aprovou a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 13,45 bilhões (cerca de US$ 2,6 bilhões) relativos ao resultado do primeiro trimestre de 2024, ou R$ 1,04 por ação, com data de ‘ex’ direitos em 12 de junho. O montante veio abaixo do esperado por casas como o Citi (que esperava US$ 3 bilhões em dividendos ordinários), e Itaú BBA (que tinha expectativa em torno dos US$ 3,5 bilhões).
Dividendos
Os analistas afirmam que o resultado da Petrobras no primeiro trimestre de 2024 não foi bom, mas revelam que o papel pode ser interessante na perspectiva de dividendos. Segundo Joao Abdouni, analista da Levante Inside Corp, a Petrobras fez esse anúncio após apresentar um bom número de Fluxo de Caixa Livre (FCL). A empresa reportou R$ 32 bilhões neste item do balanço, enquanto a Levante estimava um número de R$ 22 bilhões a R$ 25 bilhões. Ou seja, a cifra do trimestre veio cerca de 28% a 45,4% acima do esperado.
O analista diz que a empresa tende a pagar dividendos extraordinários ao longo de 2024, principalmente por conta das questões fiscais e da tragédia ambiental do Rio Grande do Sul, visto que o pagamento reforça o caixa do governo, o principal acionista da estatal. Para ele, a ação aparece como boa opção de investimentos, pois o dividend yield de 15% estimado por ele é o maior da Bolsa atualmente.
Se o investidor quiser comprar as ações para ter um retorno aceitável em dividendos, Diogo Moreira Carneiro, consultor e professor da Fipecafi, comenta que a ação tem um teto a ser adquirida, que é de R$ 42. Com esse valor, os investidores conseguem ter um retorno de dividendos acima de dois dígitos. Caso a ação passe deste preço, o retorno em dividendos passa a não ser mais atrativo, na opinião dele.
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O Goldman também recomenda compra para ação com a tese de dividendos. Os analistas estimam um dividend yield de 14,6% para a petroleira em 2024, outro de 8,4% para 2025, e um pagamento de 8,3% do valor da ação em dividendos em 2026. Os analistas calculam um preço-alvo de R$ 43,90 para o fim de 2024, uma possível alta de 5,5% na comparação com o fechamento de segunda-feira.
*Com informações do Broadcast