O Ibovespa é o principal índice da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
O Ibovespa hoje fechou em leve alta, um dia antes da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que ocorrem amanhã, e com os investidores de olho nos balanços corporativos. Nesta terça-feira (6), a principal referência da B3 subiu 0,02% aos 133.515,82 pontos.
A ausência de novas sinalizações sobre um acordo tarifário entre China e Estados Unidos, somada a sinais de desaceleração na economia chinesa e de piora na balança comercial americana, aumentou o nervosismo do mercado antes das decisões de política monetária. No Brasil, há expectativa de que o Copom eleve a taxa básica da economia, a Selic, em 0,25 ponto porcentual ou 0,50 ponto porcentual. Já em relação ao Fed, o mercado espera que a autoridade mantenha os juros do país entre 4,25% e 4,5% ao ano.
O Ibovespa foi apoiado especialmente pela recuperação dos preços do petróleo e por ações do setor. A Brava Energia (BRAV3) ficou entre os maiores ganhos do dia e disparou 6,74%. A Prio (PRIO3) por sua vez, subiu 4,23%, enquanto a Petrobras avançou 1,57% (PETR3) e 1,65% (PETR4).
Papéis da Tim (TIMS3) também se destacaram no campo positivo da Bolsa brasileira e saltaram 6,77% após a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2025. No período, o lucro líquido da empresa cresceu 53,6% em relação ao mesmo intervalo de 2024, chegando a R$ 798 milhões, nível recorde para um começo de ano. O lucro líquido ‘normalizado’ subiu 56,0% na mesma base de comparação anual, para R$ 810 milhões. O critério normalizado exclui efeitos não recorrentes.
O aumento no lucro da TIM foi puxado pela ampliação da receita com os planos pós-pagos de telefonia e internet móvel. Além disso, a companhia manteve o crescimento das despesas abaixo da inflação, o que gerou ganhos na margem do negócio. Por fim, houve melhora na linha de imposto de renda – veja a análise do mercado nesta reportagem.
Do lado oposto, os ativos do GPA (PCAR3) tombaram 20,21% após a companhia reportar o prejuízo líquido continuado de R$ 93 milhões no primeiro trimestre. O resultado equivale a uma redução de 77% frente ao prejuízo apurado em 2024. A XP classificou os resultados como mistos, o que já era esperado pela corretora. A casa aponta que os efeitos calendário e a maior alavancagem ofuscaram as melhorias operacionais. O Citi, por sua vez, considerou os números abaixo das expectativas, e destacou que a empresa continua com grande queima de caixa, apesar da expansão consistente da margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
O BB Seguridade (BBSE3) também sofreu após a divulgação do seu balanço e caiu 7,44%. A empresa registrou lucro líquido de R$ 1,995 bilhão no primeiro trimestre, uma alta de 8,3% em comparação anual. Na avaliação do Safra, os números foram negativos, com destaque para um desempenho fraco e persistente do seguro de vida prestamista no ano até o momento, ainda não compensado pelos prêmios de seguro de vida – veja mais análises sobre o resultado nesta matéria.
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No mercado de câmbio doméstico, o dólar hoje subiu 0,37%, a R$ 5,7108.