Após abrir praticamente estável, o Ibovespa hoje ampliou perdas e se firmou na parcela negativa neste início de novembro. Às 13h (de Brasília), o índice recua 0,68%, aos 128.833 pontos.
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O principal índice da B3 hoje ignora a alta das bolsas internacionais, após o relatório de emprego americano fraco reforçar as apostas de queda de 0,25 ponto porcentual no juro nos Estados Unidos na semana que vem.
Nem o avanço superior a 2,00% nas cotações do petróleo e de 1,1% da produção industrial brasileira em setembro é suficiente para animar o Índice Bovespa hoje.
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O dólar avança a R$ 5,8127, na máxima, e os juros futuros também sobem, apesar do alívio nos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida americana).
O que afeta o Ibovespa hoje
Quadro fiscal
Os investidores locais demonstram desconforto com o atraso na divulgação do plano de corte de despesas pelo governo federal, já que na semana que vem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estará fora do País, em visita à Europa. “O mercado já está imaginando um pacote fiscal baixo, de R$ 25 bilhões, e o Haddad ainda vai viajar? Fica difícil assim”, diz um especialista em renda variável.
Sem novidades na seara fiscal, Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas, pontua que segue crescente a expectativa dos mercados pela divulgação do plano de corte de gastos. “Ficam apreensivos, no aguardo dos detalhes, e a viagem do Haddad atrapalha um pouco em termos de timing da apresentação”, diz.
Apesar dos sinais de que o governo cortará despesas, a indefinição de uma data do anúncio do pacote eleva a apreensão dos investidores e reforça a saída de recursos do exterior da B3, segundo o economista. Desde o início de outubro até quarta-feira (30), houve retirada de R$ 2,195 bilhões. “O fluxo de estrangeiros não tem ganhado tração mesmo com a essa expectativa”, afirma Ashikawa.
Para Anderson Miranda, head de distribuição W1 Capital, o mercado deve manter cautela até a que a expectativa pelo plano fiscal saia de cena. “Ficará cauteloso até essa dúvida acabar”, diz.
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A falta de novidades a respeito do plano de cortes de despesas pelo governo deixa os investidores um pouco na defensiva. Ainda que o material esteja sendo redigido e passando por análise jurídica, sua divulgação ainda não tende a acontecer na próxima semana, dada a viagem de Haddad à Europa, entre 4 e 9 de novembro.
Payroll e juros americanos
O relatório de emprego dos EUA mostrou uma criação de vagas de 12 mil em outubro, aquém da mediana de geração de 100 mil, o que reforçou a aposta de recuo de 0,25 ponto porcentual no juro americano pelo Federal Reserve (Fed, BC americano) na semana que vem.
“O payroll veio estável, e mantém a linha do corte nos juros nos EUA”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Ainda que o relatório de emprego tenha sido sofrido influencias dos furacões e greves nos EUA, fazendo com que as indústrias deixassem de contratar, o que pode camuflar a sua leitura, tem o lado positivo de que gera menos inflação. “Com menos emprego gerado, a economia tem menos movimento e menos inflação. Isso eleva a probabilidade de queda do juro americano”, afirma Miranda, da W1 Capital.
Ao contrário da expectativa de recuo no juro básico americano, no Brasil a estimativa é de elevação de meio ponto porcentual na Selic. As projeções indicam que a Selic passará de 10,75% para 11,25% ao ano, na quarta-feira que vem.
Destaques da Bolsa
As ações da Eztec (EZTC3) operam em forte alta no pregão desta sexta-feira (1º), liderando em disparada a ponta positiva do índice hoje. A empresa sobe 9,23%, negociada a R$ 15,26. A valorização acompanha o balanço do terceiro trimestre, divulgado na última quinta-feira (31), assim como o anúncio de dividendos intermediários. Saiba mais neste texto.
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Já na contramão da construtora, liderando a ponta negativa do Ibovespa hoje, estão os ativos da CVC (CVCB3), caindo 3,90%, no valor de R$ 1,97.
* Com informações do Broadcast