

O Ibovespa hoje estendeu o movimento de perdas, em dia de pânico nos mercados internacionais, com temores de que a política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, leve a economia global a uma recessão. A principal referência da B3 recuou 1,31%, aos 125.588,09 pontos. Na mínima do dia, chegou a tocar o nível dos 123 mil pontos.
Durante a manhã, o índice experimentou um rápido momento de alta após notícias de que Trump estaria avaliando suspender por 90 dias as tarifas aplicadas a todos os países, exceto pela China. As falas foram atribuídas a Kevin Hassett, do Conselho Econômico Nacional dos EUA. A informação, contudo, foi desmentida por um porta-voz da Casa Branca.
Para piorar a situação, o presidente dos EUA afirmou que todas as conversas com a China sobre tarifas serão encerradas e ameaçou impor uma taxa adicional de 50% aos produtos do gigante asiático, com efeitos a partir do dia 9, se os chineses não suspenderem as tarifas retaliatórias de 34%.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
No exterior, os índices S&P 500 e Dow Jones recuaram 0,23% e 0,91%, respectivamente, enquanto Nasdaq subiu 0,1%. Na Europa, em Londres, o FTSE 100 fechou em queda de 4,38%, aos 7.702,08 pontos. Em Paris, o CAC 40 caiu 4,78%, para 6.927,12 pontos, enquanto o Ibex 35, de Madri, despencou 5,12%, aos 11.785,80 pontos.
Em Lisboa, o PSI 20 recuou 5,63%, a 6.262,28 pontos. Já o FTSE MIB, de Milão, teve perda de 5,18%, aos 32.853,98 pontos. O DAX, principal índice da bolsa de Frankfurt, cedeu 4,26%, para 19.761,89 pontos.
Na Ásia, as bolsas desabaram, com a de Hong Kong sofrendo a maior queda em um único pregão desde 1997, enquanto o Taiex caiu 9,70% em Taiwan, a 19.232,35 pontos. Na China continental, o Xangai Composto fechou em baixa de 7,34%, a 3.096,58 pontos, amargando a maior queda em um único pregão desde fevereiro de 2020, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 10,79%, a 1.777,37 pontos — saiba mais sobre a operação geral dos mercados nesta matéria.
Por aqui, as ações da Magazine Luiza (MGLU3) tombaram 6,37% e lideraram as perdas do Ibovespa no dia, puxadas pelo clima de aversão ao risco. Quem também sofreu foram os ativos da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3;PETR4), que possuem grande peso para o Ibovespa. Enquanto os papéis da mineradora tiveram baixa de 1,20%, os ordinários e preferenciais da petroleira caíram 5,57% e 3,97%, respectivamente, em linha com a desvalorização do petróleo e do minério de ferro. Com o desempenho deste pregão, a Petrobras atingiu o valor de mercado de R$ 447 bilhões, o menor desde setembro de 2023.
Publicidade
Do lado oposto, as ações da IRB (IRBR3) subiram 2,66% e registraram uma das maiores altas da sessão. Para o sócio da Fatorial Invest, Fábio Lemos, seguradoras e empresas do setor financeiro se beneficiam do cenário de juros altos, fortalecendo-as em um cenário macroeconômico difícil. A Natura (NTCO3) também se destacou no campo positivo do Ibovespa hoje e subiu 2,84%. Segundo Lemos , o papel está em movimento de recuperação, uma vez que se desvalorizou muito desde a publicação do balanço financeiro do quarto trimestre de 2024.
No mercado de câmbio doméstico, o dólar hoje subiu 1,30%, a R$ 5,9106. Na sexta-feira, a moeda americana já tinha dado um salto de 3,6% ante o real, a maior alta diária desde novembro de 2022.
*Com informações do Broadcast