Petrobras chega a balanço do 2T25 sob pressão da commodity; veja o impacto do Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa hoje ampliou ritmo de alta após a abertura do pregão, retomando a casa dos 136 mil pontos, que não era vista desde 11 de julho. Por volta das 10h50 (de Brasília), o índice avançava 1,27%, aos 136.250 pontos Investidores acompanham o início da aplicação das tarifas americanas a parceiros comerciais e o balanço da Petrobras (PETR3; PETR4).
Profissionais do mercado atribuem o bom desempenho da bolsa hoje a influências externas, com os mercados internacionais precificando perto de 100% de chances de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) irá cortar os juros em setembro. Para outubro, as apostas de um segundo corte também são majoritárias, acima dos 60%.
Os destaques de alta nesta manhã ficam por conta das ações de commodities, em dia de avanço dos preços do petróleo (0,30%), que ajudam a dar fôlego aos papéis da Petrobras (PETR3/1,64%; PETR4/1,17%). A estatal divulga balanço trimestral no final da tarde.
Os papéis da Vale (VALE3/0,82%) também avançam. Embora o minério de ferro tenha registrado ligeira baixa (0,25%), o mercado repercute a solidez das importações na China, com sinais de retomada da demanda.
A contar pela sustentação do apetite por risco no exterior, o Índice Bovespa tem boas chances de estender hoje os ganhos de 1,59% que acumula na semana. O ambiente de incertezas, no entanto, é a variável que pode inibir esse movimento. Donald Trump comemora o início da vigência das sobretaxações sobre produtos de diversos países — Brasil incluído.
Ibovespa hoje: o que você deve acompanhar nesta quinta-feira (7)
Dólar amplia perdas e bolsas globais avançam
O dólar hoje opera em baixa ante outras moedas de economias desenvolvidas nesta quinta-feira, estendendo fortes perdas de ontem, após a entrada em vigor das chamadas tarifas recíprocas do governo Trump.
No câmbio local, o real pode oscilar mais perto da estabilidade, diante do desempenho lateral e levemente negativo do dólar no exterior frente divisas principais e emergentes ligadas a commodities. Nesta manhã, a moeda opera estável, com leve alta de 0,03%, negociada a R$ 5,4604.
Entre as bolsas de valores internacionais, a maioria das bolsas europeias sobe com balanços positivos, mas a de Londres cai. Investidores reagem à decisão do Banco da Inglaterra (BoE), que reduziu sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, a 4%, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira. As bolsas de NY também avançam após o início da cobrança de tarifas.
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Trump comemorou em publicação no Truth Social: “É meia-noite!!! Bilhões de dólares em tarifas estão agora fluindo para os Estados Unidos da América!”. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, sinalizou que os juros poderão ser cortados nos próximos meses.
Agenda econômica repercute as “tarifas recíprocas” e indicadores
Entraram em vigor nesta quinta-feira (7) as “tarifas recíprocas” impostas pelo presidente americano, Donald Trump, que define porcentuais para 69 parceiros comerciais (94 países no total). A recalibração global das apostas para a política monetária, em razão das tarifas, concentra as atenções do Ibovespa hoje com o desfecho da reunião do Banco da Inglaterra e da fala de dirigente do Federal Reserve sobre juros.
No Brasil, os destaques da agenda econômica hoje são a participação do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton David, em evento em São Paulo, e o balanço da Petrobras, que será divulgado após o fechamento do mercado – aproveite para conferir o calendário de balanços desta semana.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de julho, enquanto a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) publica dados sobre a produção de veículos de julho.
Ainda, o Tesouro Nacional realiza um leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa).
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No cenário internacional, o Departamento do Trabalho dos EUA publica os pedidos de auxílio-desemprego, e o Departamento de Comércio dos EUA divulga dados sobre os estoques no atacado de junho.
Além disso, Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, discute política monetária em um evento na Flórida. Assim como o BoE, o Banco Central do México também divulga sua decisão monetária, e o Fed informa sobre o crédito ao consumidor.
Petrobras: o que esperar do balanço do 2º tri?
Petrobras (PETR4) é uma das empresas que pagam dividendos (Foto: Adobe Stock)
O balanço da Petrobras, previsto para ser divulgados após o fechamento do pregão desta quinta-feira (7), é aguardado com grande expectativa pelos investidores. Com a recente depreciação do petróleo no mercado internacional, há um receio de que os novos preços da commodity tenham pressionado os números da petroleira no segundo trimestre de 2025 (2T25), impactando negativamente a distribuição de dividendosaos acionistas – leia mais sobre o que esperar dos resultados da petroleira nesta matéria.
Tarifas de Trump ecoam no cenário global
Tarifaço entra em cena e ganha destaque no Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
As “tarifas recíprocas” impostas pelo presidente Trump entram em vigor nesta quinta-feira (7), que define porcentuais para 69 parceiros comerciais (94 países no total).
No caso do Brasil, a alíquota foi mantida em 10%. A ela, somam-se 40% relativos à tarifa adicional punitiva que entrou em vigor na véspera. A exceção a essa taxação cumulativa de 50% são os 694 itens, que continuarão pagando a taxa recíproca (10%).
O secretário executivo do Ministério de Relações Exteriores da Índia, Dammu Ravi, disse hoje que, além de países vizinhos, do Oriente Médio e da África, a América Latina está entre os mercados alternativos às exportações que o país pode deixar de realizar aos EUA. Assim como o Brasil, a Índia foi atingida pela taxa mais alta (50%).
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
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*Com informações de Paula Dias, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast